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Empresa de Isabel dos Santos sem acesso a contas bancárias vai despedir centenas de trabalhadores


A empresa de supermercados angolana Candando, da empresária Isabel dos Santos, está à beira da falência e prepara-se para despedir cerca de 500 trabalhadores, disseram à VOA funcionários da empresa que pediram o anonimato.

O Candando deixou de ter acesso aos seus fornecedores de produtos devido ao congelamento das contas bancárias da empresa em Portugal com pedido pela Procuradoria Geral da República.

A empresa não consegue agora importar os produtos procurados pelos clientes.

O congelamento dessas contas foi pedido pelas autoridades angolanas como parte das suas ações para recuperar o que alegam ser uma dívida de mais de mil milhões de dólares de Isabel dos Santos e por alegadas transferências ilegais da Sonangol quando ela presidia a empresa.

Zacarias Jeremias, coordenador de disciplina da Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), mostra-se preocupado com o número de postos de trabalho ameaçados e afirma que os despedimentos põem em causa a sobrevivência de muitas famílias.

Para o sindicalista, isso pode contribuir para a “instabilidade social” e afirma que se o Estado é que controla as empresas apreendidas “então deve garantir os postos de trabalho”.

O analista Agostinho Sicato alerta que “indo para rua [as pessoas] não terão como sobreviver”.

“O responsável é quem arrestou as contas”, sustenta o analista sublinhando que o Candando está em condições de continuar a operar “desde que sejam desbloqueadas as contas”.

Caso isso não seja possível, o Estado deve garantir “condições de sobrevivência até que se resolva a questão dos arrestos”.

A VOA contactou a empresária Isabel dos Santos, proprietária do investimento, que sem gravar entrevista confirmou o fato e lamentou o desfecho dos milhares de empregos conseguidos a favor dos angolanos.

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