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Egípcios votam em Referendo Constitucional


Retirar a língua islâmica no documento actual, dar às mulheres mais direitos e reforçar o poder militar, são algumas das propostas deste referendo.

Hoje é o primeiro dia para votar no referendo de dois dias que decide se os egípcios vão adoptar uma nova constituição, que apoia o governo militar interino, dirigido pelo chefe do Exército Adbel Fattah al-Sisi, que depôs Mohamed Morsi em Julho.

Logo após as urnas abrirem, uma bomba explodiu a porta de um tribunal em Giza, mas sem vítimas a reportar.

Um grupo associado à irmandade muçulmana de Morsi exigiu aos egípcios que boicotassem este referendo e participassem em protestos pacíficos contra o processo a que chamam ilegítimo.

Analistas, por sua vez, prevêem que o referendo contitucional passará facilmente.

Saba Mahmood, professor associado de antropologia na Universidade da Califórnia, em Berkeley disse à VOA que espera que o documento seja ratificado por um "amplo referendo".

"Acho que isto é o resultado de duas coisas. Uma é a repressão política que o governo militar desencadeou no Egipto, pelo que a maior parte das pessoas que discorda do governo não sairá às ruas para se manifestar porque tem medo das repercussões políticas. E segundo, há um fervor nacionalista que empurra as pessoas para o apoio aos militares", disse Saba Mahmood.

O referendo constitucional chega quase um anos depois de Morsi ter promulgado a a última Constituição. A nova proposta sugere retirar a língua islâmica no documento actual, dar às mulheres mais direitos e reforçar o poder militar.

Os egípcios poderão voltar às urnas ainda este ano, uma vez que o governo militar planeia eleições parlamentares e presidenciais no final de 2014.

Em Washington, o Departamento de Estado americano disse, na segunda-feira, estar preocupado com os relatórios que dão conta de que pessoas contra o referendo têm sido presas.

Os egípcios que vivem no exterior já votaram para a nova constituição.

Os militares destituíram Morsi do poder depois de protestos que o acusavam de tentar monopolizar o poder. As autoridades têm, desde então, reprimido a irmandade muçulmana, inclusive fazendo detenções de vários líderes, declarando-os terroristas.
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