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Dívidas ocultas: Julgamento terá efeitos nulos se não responsabilizar os líderes políticos do calote


Embarcações da Ematum, empresa criada no âmbito das dívidas ocultas. Moçambique
Embarcações da Ematum, empresa criada no âmbito das dívidas ocultas. Moçambique

Na altura das dívidas, Armando Guebuza era presidente da República e Filipe Nyusi, ministro da Defesa

O Instituto de Estudos de Segurança de África, (ISS), diz que se a justiça moçambicana condenar apenas os operativos do escândalo das dívidas ocultas e não responsabilizar os líderes políticos que permitiram esse endividamento de cerca de 2,2 mil milhões de dólares, será uma oportunidade perdida para a reforma do sistema.

Dívidas ocultas: Julgamento terá efeitos nulos se não responsabilizar os líderes políticos do calote
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Aquela instituição continental, com sede na África do Sul, num artigo da autoria do jurista e pesquisador do Centro de Integridade Pública (CIP), Borges Nhamirre, considera que o julgamento do caso das dívidas ocultas vai ter efeitos nulos, se a justiça falhar na responsabilização dos dirigentes políticos, alegadamente, envolvidos no calote.

Nhamirre reafirma à VOA que se forem punidos apenas os operativos e não forem julgados aqueles que permitiram que as dívidas fossem contraídas, "então falhámos".

Núcleo duro

O investigador realça que "até aqui, não há nada que indique que aqueles que desenharam e mandaram executar o caso das dívidas ocultas, nomeadamente, Armando Guebuza e o próprio presidente Filipe Nyusi, vão ser responsabilizados".

Ele recorda que Guebuza era presidente da República na altura dos empréstimos, e Nyusi era ministro da Defesa, responsável pela coordenação dos projectos de protecção costeira.

Entende aquele jurista que a justiça tem de ser capaz de ir até ao núcleo duro do sistema, como forma de se credibilizar junto da opinião pública.

Refira-se que o julgamento que vinha decorrendo na cadeia da Machava, está suspenso e só deverá ser retomado a partir da segunda quinzena de Janeiro corrente.

O antigo Presidente da República, Armando Guebuza, será ouvido como declarante, durante este julgamento.

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