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Cuba: "Socialismo do Séc. XX chegou ao fim"


Prof. Alexandre Hecker (à esquerda) fotografado em 2010 com o presidente da Assembleia Nacional cubana, Ricardo Alarcon, em Havana
Prof. Alexandre Hecker (à esquerda) fotografado em 2010 com o presidente da Assembleia Nacional cubana, Ricardo Alarcon, em Havana

Alexandre Hecker, historiador da Universidade de Mackenzie, em São Paulo, analisa o recente congresso do PC cubano

"O socialismo, como foi vivido no Século XX, chegou ao fim", disse à Voz da América o Prof. Alexandre Hecker, da Universidade de Mackenzie, em São Paulo.

Estudioso de Cuba, país que visitou recentemente, Hecker analisava no programa da VOA "Temas e Debates", o 6º Congresso do Partido Comunista cubano, realizado recentemente em Havana, marcado pela decisão de Fidel Castro de por termo a 46 anos na chefia do partido e pela adopção de reformas económicas.

O professor de História Contemporânea, que em Havana se encontrou com o líder da Assembleia Nacional, Ricardo Alarcon, nota que as reformas económicas serão difíceis e darão início a um período de "ambiguidade" ideológica, em que Cuba liberaliza a sua economia, ao mesmo tempo que tenta manter "conquistas socialistas".

Entre as medidas saídas do Congresso está o fim dos "libretos", os cupões de racionamento de alimentos que visavam assegurar níveis mínimos de nutrição, o despedimento ou aposentação de 1 milhão de funcionários públicos (quase 10% da população do país), e a introdução progressiva de reformas tendentes a aproximar Cuba de uma economia de mercado.

Sede do Partido Comunista cubano, em Havana
Sede do Partido Comunista cubano, em Havana

Hecker considera que, como todas as ditaduras, Cuba tem dificuldade em enfrentar a transição do poder. A saída de Fidel Castro da liderança do Partido Comunista, por razões de saúde, deixa ao leme o seu irmão, Raúl, de 79 anos num Politburo com idade média de 68 anos, sugerindo que não foi aproveitada uma oportunidade de rejuvenescimento.

Mas o historiador nota, também, que subiram ao Politburo figuras novas como Marino Murillo, de 50 anos, o "jovem" Ministro do Planeamento e Economia, a quem cabe "empurrar" as reformas aprovadas neste Congresso. Lembra, ainda, que foram substituídos quase 50% dos 115 membros do Comité Central, trazendo novas pessoas, e mais jovens, para a direcção do partido.

Para ouvir a entrevista com Alexandre Hecker, clique na barra logo acima deste texto.

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