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COVID-19: Países subdesenvolvidos começam a comprar a vacina


Uma funcionária de saúde mostra uma dose da vacina Sinovac no hospital de urgências para pacientes de Covid-19, Jakarta, Indonésia. Janeiro 27, 2021. REUTERS/Ajeng Dinar Ulfiana
Uma funcionária de saúde mostra uma dose da vacina Sinovac no hospital de urgências para pacientes de Covid-19, Jakarta, Indonésia. Janeiro 27, 2021. REUTERS/Ajeng Dinar Ulfiana

Alguns países mais pobres, alarmados ao ver os países ricos a receber milhões de vacinas COVID-19, decidiram não esperar pelas vacinas da Organização Mundial de Saúde e de outros grupos e, em vez disso, começaram a fechar seus próprios acordos de vacinas.

Juan Carlos Sikaffy, presidente do Conselho Empresarial Privado das Honduras, disse à Associated Press que o país "não pode esperar por processos burocráticos ou decisões equivocadas" para dar aos cidadãos "a paz de espírito" oferecida pela vacina COVID-19.

O Conselho Empresarial Privado das Honduras participou de um acordo de compra de vacinas para o país centro-americano oferecendo uma garantia bancária.

A Sérvia também foi para o mercado de vacinas, embora já tenha pago 4 milhões de euros ao programa COVAX da OMS, criado para distribuir as vacinas COVID de forma justa.

O presidente sérvio Aleksandar Vucic disse que mal podia esperar pela COVAX depois de ver os países ricos a comprar tantas dessas valiosas doses.

"É como se eles pretendessem vacinar todos os seus cães e gatos", disse.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director Geral da Organização Mundial de Saúde
Tedros Adhanom Ghebreyesus, Director Geral da Organização Mundial de Saúde

O director geral da Organização Mundial da Saúde apelou sexta-feira, 5 de Fevereiro, as empresas farmacêuticas a partilharem as instalações de fabricação para aumentar a produção de vacinas COVID-19.

Falando em conferência de imprensa em Genebra, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que o que é necessário é "um aumento massivo na produção".

Ele observou que a empresa farmacêutica francesa Sanofi anunciou que disponibilizaria a sua infraestrutura de fabricação para apoiar a produção da vacina Pfizer / BioNTech e convocou outras empresas a fazer o mesmo.

"Encorajamos todos os fabricantes a compartilhar os seus dados e tecnologia para garantir acesso global e equitativo às vacinas."

Ele também repetiu o seu apelo para que as nações ricas compartilhem as doses com os países mais pobres assim que vacinem os profissionais de saúde e os idosos.

Tedros disse que 75% de todas as vacinas COVID-19 em todo o mundo foram aplicadas em apenas 10 países, enquanto quase 130 nações não deram uma única vacina.

"Quanto mais tempo levarmos para vacinar aqueles que estão em maior risco em todos os lugares, mais oportunidades daremos ao vírus de sofrer mutação e escapar das vacinas", disse Tedros, acrescentando que, a menos que o vírus seja suprimido em todos os lugares, ele pode ressurgir globalmente.

A Sinovac Biotech da China disse na sexta-feira que os dados de testes em estágio final da sua vacina COVID-19 do Brasil e da Turquia mostraram que a vacina evitou a hospitalização e morte em pacientes com COVID-19 em 100% dos participantes, mas disse que era apenas 50,65% eficaz em evitar que as pessoas sejam infectadas.

O teste da vacina CoronaVac da Sinovac envolveu cerca de 12.400 pessoas e também descobriu que a vacina foi 83,7% eficaz na prevenção de casos de COVID-19 que exigiam qualquer tratamento médico.

Nos Estados Unidos, a administração do Presidente Joe Biden anunciou na sexta-feira que o Pentágono havia aprovado o envio de 1.100 tropas para ajudar nos esforços de vacinação do COVID-19. Ele disse que esse número provavelmente aumentará em breve.

Pessoas em fila fora do estádio Yankee para apanhar a vacina da COVID-19 no Bronx, cidade de Nova Iorque. Fev. 5, 2021.
Pessoas em fila fora do estádio Yankee para apanhar a vacina da COVID-19 no Bronx, cidade de Nova Iorque. Fev. 5, 2021.

O Yankee Stadium foi transformado na sexta-feira num centro de vacinação COVID-19. O icónico estádio está localizado no Bronx, um bairro predominantemente negro e hispânico da cidade de Nova Iorque que apresentou altas taxas de infecção e mortalidade por coronavírus.

Actualmente, apenas os residentes do Bronx são elegíveis para receber as vacinas COVID no estádio onde membros da Guarda Nacional foram destacados para ajudar na campanha de vacinação.

Jacqueline Soto, secretária escolar de 55 anos do Bronx, disse à Reuters na sexta-feira: "Fiquei em lista de espera por três semanas, desesperada para obter uma vacina. Não tive sucesso. Mas hoje estou aqui. Eu acabei de acessar o link ontem e já marquei a consulta hoje e estou feliz por estar aqui. "

A rede de supermercados norte-americana Kroger disse na sexta-feira que daria 100 dólares para trabalhadores que se vacinassem contra a COVID-19, juntando-se a um número crescente de empresas que estão a incentivar os funcionários a se vacinarem.

Os casos de coronavírus nos Estados Unidos têm diminuído nas últimas semanas. No entanto, as autoridades médicas apelam aos residentes dos EUA que não transformem o Super Bowl de domingo, a final do campeonato de futebol americano num evento de super propagação.

Os fãs costumam reunir-se em grandes festas caseiras ou em bares e restaurantes para assistir ao jogo na televisão. No entanto, as autoridades médicas este ano pedem aos fãs de futebol que assistam ao jogo "com as pessoas com quem vivem".

A Grécia anunciou restrições de bloqueio mais estritas na capital, Atenas, bem como em outras partes do país, para impedir a propagação da pandemia. As restrições incluem um recolher obrigatório a partir das 18h deste sábado.

Também este sábado, a Coreia do Sul começa a flexibilizar as suas restrições a negócios fora da capital, permitindo que fiquem abertos por mais uma hora, até às 22h. Proprietários de pequenas empresas e trabalhadores autónomos têm defendido o afrouxamento das restrições impostas enquanto o país busca controlar o surto do coronavírus. No entanto, os negócios em Seul, a capital, ainda fecharão às 21h.

Área de testagem temporária à COVID-19 em Seoul, Coreia do Sul
Área de testagem temporária à COVID-19 em Seoul, Coreia do Sul

Existem mais de 105 milhões de casos GOVID-19 globais e 2,3 milhões de mortes por coronavírus, de acordo com o Centro de Recursos Coronavírus Johns Hopkins.

Os Estados Unidos permanecem no topo da lista como o local com mais infecções, com mais de 26,8 milhões de casos, seguido pela Índia com 10,8 milhões e o Brasil com 9,4 milhões.

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