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Hu Jintao: China enfrenta "desafios mortais" se não combater a corrupção


Hu Jintao, presidente da China
Hu Jintao, presidente da China

"Se o partido falhar, o erro poderá ser fatal e causar mesmo o colapso do partido e o do Estado".

Iniciou-se em Pequim o processo de transição na liderança da China, algo que acontece de dez em dez anos.

Numa longa intervenção para assinalar o início do 18º congresso partidário, o presidente Hu Jintao chamou à atenção para o facto de o partido e mesmo a própria China enfrentarem desafios mortais se não for feito algo para solucionar o problema da corrupção.

Na intervenção final como líder político do partido comunista chinês, que governa mais de mil e 300 milhões de pessoas, Hu Jintao acentuou.

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A oposição à corrupção e a construção de um governo limpo são coisas que o partido deve pugnar, por ser algo a que a opinião pública presta atenção. Se o partido falhar neste ponto, o erro poderá ser fatal e causar mesmo o colapso do partido e o do Estado.

Os comentários de Hu registam-se na altura em que o encontro foi largamente ensombrado por um escândalo de corrupção envolvendo a figura de Bo Xilai.

Os comentários não poderiam ter sido mais atempados já que uma delegada de Xangai referiu não ser esta a primeira vez que uma entidade oficial tinha sido envolvida, e que o Partido Comunista Chinês está a prestar mais atenção a situações deste género.

O partido está consciente do problema, e, segundo estatísticas publicadas nos média estatais, o sistema disciplinar tratou de mais de meio milhão de casos de corrupção desde o congresso partidário anterior.

Todavia, analistas legais indicam que as iniciativas anticorrupção centram-se essencialmente nos responsáveis locais ou de baixa qualificação e raramente chegam aos escalões mais elevados da liderança partidária.

Hu Jintao acentuou que ninguém está acima da lei.

O Partido Comunista expulsou Bo Xilai, no início da semana, praticamente na altura em que os cerca de 2 mil e 300 delegados chegavam para participar no Congresso. Bo tem sido acusado de usar a sua posição para obter benefícios de outras entidades e de receber subornos, tanto pessoais como através de membros da família.

A corrupção não é o único desafio que a China enfrenta. A economia chinesa está a enfraquecer face à fraqueza da economia mundial e o aumento da divida interna, bem como aumenta a instabilidade social.

A opinião pública desconfia cada vez mais das promessas governamentais de combater a corrupção e apela para uma maior responsabilização e governação transparente.

Numa palavra, os dirigentes chineses reconhecem que o partido necessita de ouvir mais os desejos e as preocupações do público, mas as questões dos direitos humanos são amplamente ignoradas.

O director adjunto da Human Rights Watch Phil Robertson sustenta que as autoridades resistem a uma discussão alargada dos direitos humanos, por que receiam aonde possa conduzir.

“O governo chinês está muito preocupado com os direitos humanos no sentido de que no caso de os abordar vão abrir um ninho de cobras”.

Na véspera do congresso partidário, uma jovem mãe e três jovens monges imolaram-se pelo fogo como protesto pelas políticas da China sobre o Tibete.

A segurança foi aumentada em Pequim em antecipação do congresso, mas apesar disso, uma mulher de cerca de 30 anos foi capaz de realizar um protesto breve na Praça de Tiananmen antes de ter sido levada pela polícia.
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