O empresário colombiano Alex Saab detido a 12 de maio na ilha do Sal quando seguia para o Irão a serviço da Venezuela e cuja prisão e extradição foram pedidas pelos Estados Unidos, foi transferido da Cadeira da Ribeirinha, na ilha de São Vicente, para a prisão do Sal nesta sexcta-feira, 3, por motivos de segurança, soube a VOA junto de fonte do processo.
Na base dessa mudança está o historial de fuga de presos da Cadeia da Ribeirinha, avançou a fonte, adiantando que também ficará mais próximo do Aeroporto Internacional Amílca Cabral, de onde seguirá para o destino a decidir pelo Tribunal de Relação de São Vicente.
Depois do Supremo Tribunal de Justiça ter negado dois habeas corpus apresentado pela defesa, Alex Saab aguarda agora a decisão do tribunal, que pode durar semanas.
Em entrevista hoje à Rádio de Cabo Verde, um dos advogados de defesa do empresário, João do Rosário, afirmou haver dois pedidos: um de extradição, pelos Estados Unidos, e outros pela sua libertação, apresentado pela Venezuela.
O caso tem ganho dimensão internacional, com pressões de vários lados, segundo admitiu à VOA o advogado que lidera a defesa de Saab, Pinto Monteiro.
Na quinta-feira, 2, o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca classificou o caso de "delicado" e revelou que nunca recebeu tantas chamadas de Chefes de Estado de vários países, sem revelar mais detalhes.
A justiça americana acusa o empresário colombiano que tem trabalhado para o Governo da Venezuela de “lavagem” de dinheiro e por alegados contratos fraudulentos elaborados para enriquecer a família de Maduro e ele próprio, através de sobrefaturação e do uso do sistema cambial controlado pelo Governo.
Os Estados Unidos reivindicam a autoridade para julgar Saab alegando que ele e um sócio, Enrique Pulido, usaram bancos americanos para depositar cerca de 350 milhões de dólares que foram defraudados através do sistema de controlo cambial da Venezuela.
O Governo da Venezuela, que enviou o seu embaixador junto de Cabo Verde, Alejandro Correa, ao arquipélago com uma equipa de advogados, defende que Saab é “enviado especial” de Caracas e que estava ao seu serviço a caminho do Irão para conseguir produtos para o país.
O Executivo de Nicolás Maduro considerou a prisão ilegal e pediu a libertação do empresário.