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Camponeses alertam para aumento de pobreza em Moçambique


Groundhog Club handler A.J. Dereume holds Punxsutawney Phil, the weather prognosticating groundhog, during the 135th celebration of Groundhog Day on Gobbler's Knob in Punxsutawney, Pennsylvania. Phil's handlers said that the groundhog has forecast six more weeks of winter weather.
Groundhog Club handler A.J. Dereume holds Punxsutawney Phil, the weather prognosticating groundhog, during the 135th celebration of Groundhog Day on Gobbler's Knob in Punxsutawney, Pennsylvania. Phil's handlers said that the groundhog has forecast six more weeks of winter weather.

Camponeses que perderam terras para megaprojectos florestais, minerais e de gás nas regiões centro e norte de Moçambique, alertam para o aumento da pobreza no país.

Camponeses alertam para aumento de pobreza em Moçambique
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Trata-se de camponeses das comunidades rurais de Manica, Sofala e Zambézia, no centro e Nampula, no norte de Moçambique, largamente atingidos por megaprojectos, que reunidos em Nhamatanda (Sofala), no terceiro encontro das comunidades rurais, produziram uma declaração de repúdio.

“Nos corredores de Nacala e Beira, assistem-se a implementação de programas e projetos de investimentos nas áreas de agricultura com foco para o agro-negócio e plantações florestais, mineração e gás, que geram conflitos de terra e alteração de modos de vida das comunidades rurais, concorrendo para o agravamento da pobreza” alertou Dionisio Mapoteia, camponês e activista social.

Na reunião realizado sob o lema “construindo alternativas soberanas para o desenvolvimento das comunidades rurais,” os camponeses denunciaram a usurpação de terras por projectos desenhados e implementados pelo governo e privados, a marginalização dos camponeses, deslocações e reassentamentos forçados, insistindo que “os processos consultivos nas comunidades não são democráticos”.

Os camponeses, integrados nas organizações da sociedade civil e movimentos sociais das quatros províncias, reuniram-se para aumentar a consciência cívica em defesa de bens e terras e construir alternativas para a sua qualidade de vida.

O grupo criticou o modelo estatal de desenvolvimento assente no agro-negócio e a elaboração de políticas e programas de desenvolvimento inadequados e sem consultas comunitárias, salientando que se priorize o desenvolvimento das zonas rurais.

“Exigimos a devolução de machambas e áreas das comunidades rurais usurpadas em Manica e Zambézia, e outros projectos de plantação florestal, mineração, gás, entre outros”, enfatizou Mapoteia.

Fernando Catawa disse à VOA que perdeu a sua terra na zona Mira 26, em Savane (Sofala) para um projecto de plantações florestais, que actualmente marginaliza os nativos,após compensações injustas e insultuosas.

Outra camponesa, Ecita Simone, disse que foi aliciada com promessa de 50 anos de emprego por uma firma portuguesa de plantação de aucaliptos em Gondola (Manica), mas que agora é forçada a deixar a sua machamba e habitação para dar lugar a florestação, sem alternativas a terra.

O responsável da organização Acção Académica para o Desenvolvimento das comunidades rurais (ADECRU), que promoveu a iniciativa, reconheceu que as reclamações dos camponeses são generalizadas nas áreas de implementação dos megaprojectos em Moçambique, insistindo nas falhas das políticas estatais.

“Definitivamente, o governo deve repensar nos megaprojectos, porque há reclamações em todas as zonas de implementação”, disse Jeremias Mondlane.

O activista social disse que a organização, que também é contra a implementação do Prosavana, por ser mau para as comunidades, iniciou uma caravana de solidariedade com outras organizações nas comunidades afectadas pelos programas e projectos e ajudar em soluções pacíficas.

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