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Brasil: Dono de boate e músicos presos após tragédia em clube noturno


As investigações iniciais apontam para uma série de erros e imprudências que resultaram na morte de mais de 230 pessoas

Banda fez show pirotécnico em local fechado e a casa noturna não oferecia condições básicas de segurança, além de estar com autorização para funcionamento vencida.

Preso nesta segunda-feira, 28, um dos donos da boate do estado brasileiro do Rio Grande do Sul, palco nesse domingo das trágicas mortes de mais de 230 jovens.

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Elissandro Sphor, conhecido como Kiko, está detido para prestar esclarecimentos sobre o incêndio na cidade de Santa Maria, considerado uma das piores tragédias do tipo no Brasil e até no mundo.

As investigações iniciais apontam para uma série de erros e imprudências que resultaram na carnificina. O fogo teria começado durante uma apresentação pirotécnica, usando um sinalizador, do grupo Gurizada Fandangueira, que fazia um show na casa noturna.

Os extintores de incêndio, mais próximos do palco, não funcionaram e os seguranças do local ainda teriam atrasado a saída das pessoas que queriam escapar da fumaça. Além disso, a boate não tinha saídas de emergência suficientes para as mais de 1.500 pessoas que estavam no local.

Depoimentos, como o da estudante Camila Garcês, confirmam o pânico vivido por quem tentou fugir da morte na boate. “Os seguranças não queriam que a gente saísse, achando que era briga. Quando eles viram que era fogo, eles quebraram as barras de ferro para as pessoas saírem com mais facilidade,” afirma.

Em depoimento à polícia civil brasileira, o dono da boate Kiss negou ter mandado os seguranças impedir a saída dos jovens durante o incêndio. Elissandro Sphor confirmou, no entanto, que o alvará de funcionamento da casa estava vencido desde agosto do ano passado.

O proprietário do estabelecimento culpou a banda pelo início do incêndio, mas não deixou claro se os músicos tinham permissão para usar o material inflamável no palco.

Apesar de todos os relatos de deficiências da boate, o advogado de Kiko, Jader Marques, acredita que o cliente dele é mais uma vítima da tragédia: “que as pessoas tenham calma suficiente para entender que o Kiko, os funcionários e a família toda dele também são vítimas da tragédia”.

Dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira também estão detidos: o vocalista e um responsável pela segurança de palco da banda. Os três detidos tiveram o pedido de prisão temporária de cinco dias decretada pelo juiz Régis Adil Bertolin.

O outro proprietário da boate também deve ser detido. Quem confirma é o delegado Marcelo Arigoni que explica, ainda, como estão as investigações. “Três pessoas já foram presas e uma quarta vai ser apresentada. São prisões provisórias que visam a investigação”, explica o delegado. “Pelo o que parece, o sinalizador foi o causador do incêndio e a porta da boate não deu vasão suficiente para as pessoas saírem. Por isso, ocorreu o número terrível de mortes. A perícia trabalha agora com testemunhas e demais provas, para, pelo o que parece, é essa a linha de investigação,” completou Arigoni.

A presidente Dilma Rousseff decreta luto oficial de três dias no Brasil em memória às vítimas do incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O assunto repercutiu no mudo inteiro e provocou manifestações de pesar do Papa Bento XVI e do Secretário das Nações Unidas Ban Ki-Moon.
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