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11 de Setembro e a guerra global contra o terror


Assinala-se neste domingo, 11, o dia que, há 15 anos, mudou a história dos Estados Unidos para sempre.

A chamada “Guerra contra o Terror” afectou a vida dos americanos no país, mas também em países como Iraque e Afeganistção.

No primeiro, depois de o então Presidente George W. Bush ter ido à “caça” de Saddam Hussein, alegadamente por ter armas químicas e por estar por detrás do ataque.

Mais tarde, provou-se que as suspeitas eram falsas, que Hussein não apoiava a rede al-Qaeda, que realizou o ataque às Torres Gémeas de Nova Iorque e o Pentágono, e o Iraque entrou num caos total, do qual emergiu o auto-proclamado Estado Islâmico, que lançou o terror no Iraque e na Síria, além de realizar ou reivindicar ataques em vários países ocidentais e da Ásia.

A invasão ao Afeganistão pretendia capturar Osama bin Laden, o líder da al-Qaeda, mas Bush terminou o seu mandato como um dos menos populares presidentes americanos.

O único congressista que foi sempre contra a invasão do Iraque, Barack Obama, viria a ganhar a Casa Branca e, desde o início, anunciou que iria retirar as tropas do Iraque, promessa que cumpriu.

A 2 de Maio de 2012, Obama apresentou um dos seus maiores troféus de guerra: a morte de Osama bin Laden no Paquistão por uma esquadrão de elite do exército americano.

Entretanto, especialistas consultados pela AFP consideram que apesar de o Presidente Barack Obama se tenha recusado a adoptar um intervencionismo militar desenfreado nas guerras do mundo árabe e tenha preferido reconciliar a América com os países muçulmanos, ele deixa os Estados Unidos num estado de conflito permanente contra o "terror" islamita, ou seja, deixa um legado misto nessa área.

"A dinâmica ameaça do terrorismo islamita levou o Presidente Obama, contra as suas próprias preferências, a engajar-se militarmente no Iraque mais uma vez e, desde então, na Síria e na Líbia também", afirmou Tamara Cofman Wittes, directora do Centro de Políticas para o Médio Oriente da Brookings Institution, em Washington.

Apesar disso, "mesmo 15 anos depois do 11 de Setembro, as guerras no Médio Oriente, as metástases do auto-proclamado Estado Islâmico), a radicalização e os atentados na Europa e na América impedem de enterrar o paradigma da 'guerra mundial contra o terrorismo'", diz Tamara do Fórum Económico Mundial.

De facto, a primeira potência mundial continua militarmente engajada em diferentes teatros de guerra: na Síria e no Iraque, Afeganistão, Líbia, Iémen, Somália e Nigéria, diante de uma gama de insurreições islamitas.

"O pensamento do governo Obama é que grandes guerras pioram as coisas", explicou à AFP o pesquisador sénior Hussein Ibish, do Arab Gulf States Institute, sedeado em Washington.

Presidente Obama discursa no Pentágono
Presidente Obama discursa no Pentágono

Pelo contrário, o comandante-em-chefe fez os seus militares entrarem numa nova era, com o uso cada vez maior de aviões não tripulados, com o envio de forças especiais e com a formação de Exércitos locais.

Segundo dados do Congresso dos Estados Unidos, o custo humano e financeiro desses compromissos é mais limitado.

Trata-se de um factor significativo, depois da morte de 5.300 soldados americanos, de outros 50.000 feridos e de cerca de 1,6 trilhão de dólares gasto no Iraque e no Afeganistão entre 2001 e 2014.

Para a pesquisadora americana Amy Greene, da Sciences-Po Paris, 15 anos depois do 11/9, "a resposta militar não é boa, porque o terrorismo não representa uma ameaça existencial para os Estados Unidos".

Neste sábado, 10, o Presidente Obama reconheceu que "a ameaça terrorista evoluiu", referindo-se aos "lobos solitários" nos Estados Unidos.

"No Afeganistão, no Iraque, na Síria e além, combatemos sem descanso as organizações terroristas como a al-Qaeda e o grupo Estado Islâmico", garantiu ele numa mensagem ao país sobre a simbólica data.

"Vamos destruí-los e continuaremos a fazer tudo que estiver ao nosso alcance para proteger o nosso país", prometeu Obama.

Os ataques às Torres Gémeas do World Trade Center (WTC), em Nova Iorque e ao Pentágano, deixaram quase 3.000 mortos.

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