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EUA: Vitória dos Republicanos muda a agenda e o cenário político


EUA: Vitória dos Republicanos muda a agenda e o cenário político
EUA: Vitória dos Republicanos muda a agenda e o cenário político

Politólogos predizem que os Republicanos vao alterar a agenda da Casa Branca e os círculos eleitorais

Alterações da agenda presidencial e das circunscrições eleitorais afiguram-se como duas das principais consequências das eleições intercalares americanas no caso do Partido Republicano obter a maioria no Congresso.

Contudo analistas políticos consideram que o facto dessa provável maioria republicana não ser homogénea, poderá permitir ao presidente Obama, margens de manobras para defender o seu programa político.

Sósimo Leal falou ouviu politóligos e escreveu o artigo que se segue:

Numa altura em que as sondagens predizem mexidas para o Congresso, em que o partido Republicano deverá obter uma maioria provável na Câmara dos Representantes e aumentar igualmente o número de sua representatividade no Senado, vários cenários pós-eleitorais começam a ganhar relevância.

Os analistas políticos prevêem que duas grandes alterações, devem ser levadas em conta: uma maior dificuldade para o presidente Barack Obama implementar o seu projecto político, e a consequente reconfiguração das circunscrições eleitorais. Isso tudo no caso dos Republicanos assumirem o controlo do Congresso e dos seus candidatos aos governadores estaduais ganharem as eleições nos Estados onde houve um aumento da população activa com base nos resultados do último censo populacional.

Em Wasgintgon particularmente prevê-se que as relações do presidente Obama com a provável nova maioria não será apaziguante e cordial. Dizem os analistas políticos que com uma maioria Republicana no Congresso Obama vai ter dificuldades em implementar ou será mesmo coagido a renegociar o seu plano de reforma do sistema de saúde assim como a já aprovada lei de controlo financeiro.

Paul Herrnson é director de Centro de Politica Americana e da Cidadania da Universidade de Meryland.

“Uma das coisas que vai acontecer eh que o presidente vai ter que negociar com os republicanos de quem as propostas podem ate não ter sucesso por causa da mobilização do Tea Party e dos seus mais novos e radicais membros. Ele deverá estabelecer compromissos com os republicanos e provavelmente concentrar-se em pequenas e simbólicas questões em vez de procurar grandes soluções, isto de forma a prosseguir a sua agenda.”

EUA: Vitória dos Republicanos muda a agenda e o cenário político
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Para Paul Herrnson o presidente Obama vai ter que defender igualmente o seu plano de reforma do sistema de saúde.

O presidente americano vai assim lidar com uma oposição republicana legitimada pelas urnas, mas presumivelmente divergente no seu seio. As reivindicações dos novos e radicais membros do Tea Party podem funcionar como uma espada de dois gumes. Explica Paul Herrnson da Universidade de Maryland.

Depois das eleições poderemos assistir a lutas internas no Partido Republicano entre a ala mais extremista – a do Tea Party – e a outra mais moderada. Portanto o presidente terá que negociar com eles ou quem quer que esteja no controlo do Senado e também na outra câmara em face ou seja na Câmara dos Representantes, onde os democratas talvez estarão em situação de pequena maioria ou mesmo de minoria.”

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Se Paul Herrnson da Universidade de Maryland debruça-se sobre a análise da futura relação entre o executivo e o parlamento, o politólogo Kevin Costa da Universidade de Boston dedica-se a importância dos novos governadores estaduais republicanos e as suas acções futuras na redefinição do futuro mapa eleitoral americano.

Baseando-se no poderes constitucionais esses governadores podem traçar os futuros círculos eleitorais com base numa junção de esforços e de traçados que as vezes poderão dispersar os votos da oposição ou então reunir os que são favoráveis e neste caso ao seus partidos.

"Se os Republicanos tiverem grandes sucessos e conquistarem posições de governadores e de controlo das câmaras legislativas nos Estados, eles vão ter um papel determinante na formação dos novos distritos (círculos eleitorais) quer seja ao nível Federal como Estadual e estas eleições são cruciais porque vão determinar quem vai ter o poder para formar esses distritos que terão repercussões durante muitos anos."

Muitos anos, diríamos mesmo, durante uma década ou mais. São os distritos eleitorais que elegem os 435 membros da Câmara dos Representantes do Congresso. Houve no passado governadores que através dos novos traçados distritais fizeram eleger candidatos do seu partido, refazendo as circunscrições anteriormente rectangulares em traçados multiformes e com blocos dispersos de eleitores.

Cada Estado americano possui um certo número de circunscrições eleitorais com base no seu peso demográfico. Existem Estados como o Arizona, Alasca e Havai que têm apenas um único distrito ou circunscrição eleitoral. A cidade de Washington DC, Porto Rico e alguns outros territórios autónomos americanos, Guam e Ilhas Virgens, por exemplo são considerados de circunscrições eleitorais, mas os seus representantes no Congresso não têm o direito de voto.

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