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EUA: Maioria Republicana pode comprometer política externa


EUA: Maioria Republicana pode comprometer política externa
EUA: Maioria Republicana pode comprometer política externa

Os Republicanos já preveem possíveis pontos de alteração na política de ajuda e assistencia internacional

Washington, 19 Nov - As eleições intercalares do inicio deste mês trouxeram uma nova maioria Republicana a Câmara dos Representantes e um potencial desafio a administração Obama com os líderes do partido Republicano a defenderem a redução dos 1,3 triliões de dólares alocados a política externa.

Os analistas políticos estão ansiosos em saber o que farão os Republicanos quando assumirem as lideranças das comissões do Congresso.

Brett Schaefer da Fundação Heritage prevê que os Republicanos vão reduzir as despesas cujos programas de execução não são obrigatórios a luz da lei.

“Tem havido declarações acerca da redução das despesas para os níveis de 2008. Isso pode implicar uma redução imediata geral, mas pode-se também esperar que a maioria conservadora examine minuciosamente os fundos para os programas externos e internacionais, enquanto for crítica e céptica aos programas tradicionalmente desenvolvidos pelos Democratas.”

Esses cortes podem afectar os programas e grupos de trabalhos ao nível das Nações Unidas e do Departamento do Estado, do quais o governo terá dificuldade em defender pelo seu fraco impacto dentro do país.

Alguns cortes poderão ser feitos ao nível subcomité do Estado e de Operações Externas, um órgão do Congresso que aprova os fundos para o Departamento do Estado, a Agencia Americana de Desenvolvimento Internacional – USAID, e aos programas envolvendo ajuda e assistência humanitária externas.

A congressista do Texas, Kay Granger é referenciada pelo jornal Washington Times como candidata a presidência desse subcomité. Ela é conhecida pela sua posição favorável a revisão e equilíbrio orçamental, e é crítica no que toca as ajudas aos países que nada têm feito para combater a corrupção.

Tradicionalmente os conservadores ou seja os Republicanos não são favoráveis a grandes reduções nos gastos ao nível da defesa, isso apesar da pressão dos membros do Tea Party, que granjearam o apoio popular através da promessa de restrições ao nível do orçamento nacional.

Christopher Preble, director de política externa do Instituto CATO, explica a posição dos que consideram que até o orçamento nacional não deve ser poupado de cortes despesas.

“Muitos dos conservadores acreditam que por ser a função fundamental do governo, a defesa deve ser menos afectada em cortes em relação aos gastos domésticos. Mas outros e verdadeiros republicanos entendem que quando há um departamento do governo em que as despesas têm aumentado e de forma regular como o departamento de defesa, nos últimos 12 ou 15 anos, há claramente ali algum gasto desnecessário, e por isso há razões para fazer poupança…”

A nova maioria Republicana é dada igualmente como vigilante no que toca as responsabilidades políticas, deixando assim a entender que irá colocar um sério desafio as políticas da administração do presidente Obama.

O actual vice-presidente da Comissão Nacional para a Política Externa, J. Peter Pham diz que uma das questões que tem seguido muito de perto é a ajuda ao desenvolvimento.

Pham tem-se baseado das informações desta Comissão parlamentar para avaliar o comportamento dos países beneficiários dos fundos do Millenium Challenge Corporation, e considera que alguns desses países têm debilitado o prestígio da política externa americana.

Diz ele ainda que a excepção de algumas questões e marcadamente conflituosas como a guerra no Iraque e no Afeganistão, a política externa americana ao seu ver é profundamente bicéfala, e esse é um modelo que espera continuar a defender no Congresso. A única diferença actualmente, diz Pham é que com o controlo da Câmara dos Representantes, os Republicanos vão reforçar a vigilância.

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