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Timbutku: Os santos não são adorados pelas populações


As acusações de idolatria da Ansar Dine, constituem apenas uma desculpa

Acusações são falsas e constituem um pretexto falso

No sábado passado, o grupo armado Ansar Dine iniciou a destruição dos mausoléus e locais de culto da cidade antiga de Timbuktu.

O grupo não aceita que a população local, sufista, venere mausoléus de santos. Os residentes da cidade sustentam que as acusações são falsas e constituem um pretexto falso.

Muitos receiam que a condenação da comunidade internacional leve a Ansar Dine ampliar a destruição.

No Mali como noutras partes do mundo onde grupos extremistas têm destruído templos, os grupos sustentam que os locais constituem ponto de adoração e por isso constituem sacrilégio.

Os nativos de Timbuktu consideram o argumento – que pode, ou não ser a verdadeira motivação da Ansar Dine – constitui uma total ignorância do significado dos locais.

Um escritor e historiador de Timbuktu que pediu para não ser identificado, falou com a Voz da América a partir a capital, a cidade de Bamako.

Refere ele que os santos não são adorados pelas populações de Timbuktu, que não os consideram como sendo santos. São, sublinhou, locais de homenagem aos santos que viveram honradamente e consagraram as suas vidas a Deus.

Acrescenta a mesma fonte que há muitos séculos que os muçulmanos de Timbuktu não veneraram um ser humano, apenas Deus.

Os malianos que falaram com a Voz da América, consideram que as acusações de idolatria da Ansar Dine, constituem apenas uma desculpa. Sustentam mesmo que os actos do grupo não têm nada a ver com Islão; fazem isso sim parte do conflito entre os grupos terroristas e o mundo ocidental.

Haidar Hadji Baba, membro do parlamento de Timbuktu, refere que a motivação real da Ansar Dine é a desafiar a comunidade internacional, e salienta que a demolição dos templos de Timbktu registou-se logo após a UNESCO ter alertado para o risco de destruição de Património Mundial.

Segundo este deputado Timbuktu pode esperar ainda pior após o presidente do Tribunal Pena Internacional ter indicado que os actos cometidos eram crimes de guerra e apelou aos autores para porem termo aos seus actos.

Entretanto a UNESCO rejeita qualquer relação entre a declaração de risco e os actos de vandalismo em Timbuktu.

A UNESCO tinha manifestado preocupação sobre as mesquitas e os mausoléus no início da crise maliana. Em Maio, semanas após os separatistas Tuaregues e os militantes Islâmicos terem ocupado o controlo do norte do Mali, homens armados dessacralizaram um dos templos.

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