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Religião em destaque nas eleições primárias republicanas


Jimmy Carter diz que a religião está demasiadamente presente nas eleições primárias republicanas a decorrer actualmente nos Estados do Sul
Jimmy Carter diz que a religião está demasiadamente presente nas eleições primárias republicanas a decorrer actualmente nos Estados do Sul

Antigo presidente Jimmy Carter relembra como a religião lhe garantiu vitória eleitoral, e alarma-se das eleições em curso nos Estados sulistas

O candidato republicano Newt Gingrich conseguiu ganhar com sucesso as eleições primárias da semana passada na Carolina do Sul apelando ao voto de conservadores, muitos deles profundamente religiosos.

O Cristianismo Evangélico tem sido crucial para muitos dos candidatos durante as eleições primárias, tal como o antigo presidente Jimmy Carter, que em entrevista a Kane Farabaugh da Voz da América fala do papel da religião na sua vida e como tem influenciado a política americana.

Na campanha para as eleições presidenciais de 1976, o candidato democrata Jimmy Carter foi confrontado durante uma reunião de angariação de fundos na Carolina do Norte sobre a sua crença religiosa.

“Um dos repórteres perguntou-me se tivesse que nascer se nasceria cristão, e respondi que “sim” e isso bastou para ser a manchete dos jornais.”

A abordagem pública de Carter sobre a sua fé religiosa conferiu-lhe o apoio necessário em Estados tradicionalmente conservadores, e em última instância o propulsou para a vitória presidencial.

Desde então, os eleitores evangélicos cristãos têm captado maior preocupação tanto dos Republicanos como dos Democratas.

O próprio Jimmy Carter reconhece que a questão da fé conta bastante na política americana.

Religião em destaque nas eleições primárias republicanas
Religião em destaque nas eleições primárias republicanas

O actual candidato presidencial republicano Newt Gingrich, um protestante que se converteu ao catolicismo, falava da importância da religião na política, ainda em Outubro passado num debate na CNN.

“E eu francamente poderia estar muito preocupado se alguém me dissesse que os seus julgamentos não são baseados da sua fé religiosa. Como pode fazer julgamento se não tem fé, e como devo eu confiar em si se não reza. A noção de que es guiado pelo Criador impõe uma certa perspectiva sobre o que nós somos para a ‘América.’”

O antigo governador de Massachusetts, Mitt Romney que por sinal é Mormon e um dos maiores adversários de Gingrich a nomeação republicana, também falou publicamente da sua fé.

“Acontece que acredito em Jesus Cristo como filho do Deus e meu salvador. Mas sei que outras pessoas têm diferentes perspectivas, e eu as respeito. E não acredite que elas qualificam ou desqualificam as pessoas para a liderança da nossa nação.”

A tendência dos candidatos em dar ênfase a fé religiosa durante a campanha eleitoral é algo que o antigo presidente Jimmy Carter considera demasiadamente presente nesta fase em que os aspirantes republicanos disputam a nomeação através de eleitores conservadores e religiosos dos Estados sulistas.

“Eles sabem o que é que o público que irá votar nas primárias republicanas quer ouvir. Com tempo as pessoas vão fazer uma pausa para pensar e escolher na verdade um presidente nas eleições gerais, seja ele católico, judeu, protestante, mórmon… seja lá o que fôr. Portanto eu penso que o legado pessoal do candidato e sua performance política ou profissional serão muito mais importantes do que a fé religiosa que comunga.”

O presidente Carter é autor de vários livros que evocam a sua relação com o cristianismo. O mais recente deles “Ao longo do ano com Jimmy Carter” é uma colecção de lições da Bíblia com as quais se familiarizou durante décadas nas manhãs de Domingo numa igreja Baptista na sua terra natal de Plains no Estado da Geórgia.

Descrito como de aplicação prática o livro inclui anedotas sobre o papel da fé do presidente Carter em negociações para a normalização das relações diplomáticas com a China e também como essa mesma fé ajudou a sua mulher a encarar a sua derrota para a reeleição presidencial em 1980 por Ronald Reagan.

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