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Argentina vira-se à direita


Mauricio Macri, presidente eleito da Argentina
Mauricio Macri, presidente eleito da Argentina

Kirchnerismo é derrotado.

O candidato opositor e líder da direita Maurício Macri é o novo Presidente da Argentina ao vencer ontem Daniel Sciolo, candidato do kirchnerismo, no poder, por 51,40 por cento dos votos contra 48,60 por cento.

Depois de ter ficado em segundo lugar na primeira volta da eleição, em 25 de Outubro passado, o candidato da aliança opositora Mudemos e presidente da Câmara de Buenos Aires protagonizou uma reviravolta na política argentina, ao levar a direito ao poder anos depois de governos da esquerda.

Na sua primeira declaração, Maurício Macri agradeceu a confiança dos eleitores e diz “ser uma mudança maravilhosa, que deve nos levar ao futuro e às oportunidades que precisamos para crescer”.

O derrotado Daniel Sciolo diz ter telefonado a Macri para o felicitar.

“Sou democrata e respeito a vontade popular. Pedimos que Deus o ilumine para melhorar o que o país avançou”, disse o governador da província de Buenos Aires.

O clima em Buenos Aires e outras cidades era de euforia e seguidores de Macri celebravam nas ruas.

O novo Presidente vai encarar problemas delicados, como irregularidades e escassez de reservas no Banco Central, recessão, aumento da pobreza e desemprego, necessidade de normalizar o mercado cambial, que está sob intervenção do Governo desde 2011, isolamento dos mercados internacionais e a falta de um acordo com os chamados “fundos abutres”, que estão em litígio contra a Argentina em tribunais americanos, impedindo o país de sair da situação de calote da sua dívida pública.

A grande expectativa da oposição era superar os votos conquistados por Cristina, quando foi reeleita em 2011.

Na época, a Presidente alcançou 54,11 por cento, superando amplamente os 22 por cento obtidos pelo segundo colocado, o socialista Hermes Binner, tornando-se na terceira Chefe de Estado mais votada da história argentina.

O primeiro lugar, no entanto, é ocupado pelo general Juan Domingo Perón, que nas presidenciais de 1951 obteve 63,4 por cento.

Após ter sido eleito presidente da Câmara de Buenos Aires e reeleito em 2011, com mais de 60% dos votos, Maurício Macri tornou-se no grande rival do kirchnerismo nas urnas graças à aliança de seu partido, o PRO, com a tradicional UCR.

O entendimento, que nasceu no começo deste ano e provocou muito debate interno na UCR, deu a Macri a estrutura nacional que o PRO não tinha e que sempre representou o principal obstáculo para sua candidatura presidencial.

Para Macri, de perfil empresarial, a vitória representa o desafio de governar um país com parte do peronismo na oposição, um fantasma que, segundo seus colaboradores, não o assusta.

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