O secretário-geral das Nações Unidas diz que vai adoptar uma abordagem positiva e construtiva no seu relacionamento com o futuro Presidente americano.
António Guterres acredita que poderá aproveitar a parte positiva dos posicionamentos de Donald Trump.
O novo secretário-geral das Nações Unidas assumiu o cargo no momento em que a organização tem recebido muitas críticas por parte de certos círculos políticos nos Estados Unidos.
"Eu escolheria o que o Presidente Trump disse quando revelou haver um grande potencial nas Nações Unidas. Isso é exactamente o que eu acho e que precisamos trabalhar para reformar as Nações Unidas a fim de garantir de que esse potencial possa ser plenamente atingido. Obviamente, há decisões do Conselho de Segurança em que o Secretário-Geral não tem influência ", lembra Guterres
Neste último particular, o secretário-geral referia-se à proposta dos senadores republicanos Lindsay Graham, da Carolina do Sul, e Ted Cruz, do Texas, de reduzir fundos para as Nações Unidas, até que o Conselho de Segurança revogue a resolução que condenou os colonatos israelitas na Cisjordânia.
Guterres diz, no entanto, que vai fazer o melhor para que pode “para criar um ambiente de diálogo e cooperação que permita que todos esses problemas sejam efectivamente discutidos, se possível".
O antigo Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados afirma estar aberto à necessidade de fazer profundas reformas nas Nações Unidas, mas reitera estar orgulhoso do bom trabalho que a organização tem feito nas últimas décadas, nomeadamente em acções humanitárias e de manutenção da paz.
Ele reconhece, no entanto, o que chama de “falhas da organização” e espera ser possível abordar e ultrapassar essas falhas.
António Guterres reitera que a sua prioridade é fazer das Nações Unidas um instrumento mais efectivo na abordagem da dramática multiplicação de conflitos globais e concluiu afirmando que tudo fará para que a organização não seja reactiva, mas que possa evitar conflitos antes que eles surjam.