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Sindicatos angolanos dizem que as suas actividades são ainda reprimidas


Há também "distanciamento" das lideranças sindicais em relação aos trabalhadores.

A actividade sindical de defesa dos direitos dos trabalhadores em Angola está quase que estagnada dizem as organizações sindicais ouvidas pela VOA.
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Carlinhos Zassala, do Sindicato de Professores do Ensino Superior, pensa que os direitos dos trabalhadores no país são quase sempre atropelados pelas entidades patronais.

"Quando os movimentos sindicais são considerados pela entidade patronal como adversários, para não dizer inimigos penso que os direitos dos trabalhadores em Angola não são protegidos", disse o sindicalista.

O SINPROF, organização sindical de professores não universitários, vê a situação do sindicalismo no país com bastante preocupação.

"O cenário geral è preocupante porque a nível das centrais sindicais há um certo adormecimento e um distanciamento das suas lideranças em relação aos trabalhadores", explicou Manuel de Vitória

De tal modo que Manuel de Vitoria Pereira diz que a sua organização já contabilizou até agora mais de 20 professores que foram parar à cadeia só por reivindicar os seus direitos.

"Já somamos mais de 20 pessoas ao todo que estiveram presas e outras que foram a julgamento quase sempre absolvidas mas as autoridades reagem sempre com brutalidade as reivindicações sindicais", acrescentou

Outra classe que sofre bastante com perseguições das autoridades são os jornalistas. Teixeira Cândido, secretário-geral adjunto do Sindicato de Jornalistas Angolanos, diz que o medo, fruto do sistema mono partidário, ainda paira sobre as pessoas quando pretendem exercer sindicalismo.

"A cultura sindical ainda é muito pobre porque as pessoas sentem medo de fazer parte de sindicatos por temerem serem conotados com partidos políticos da oposição", afirmou.

Cândido conta casos de despedimentos de jornalistas por razões que considera absurdas.

"Alguém foi despedido simplesmente porque pertence a uma congregação religiosa do Sétimo Dia, (outros são despedidos) até por razões subjectivas, o patrão não gosta do indivíduo é despedido, às vezes os representantes dos patrões pensam que são proprietários das empresas caso o trabalhador não dançar a sua musica é colocado na rua", explicou.

A UNTA Confederação Sindical reconhece que há ainda alguns patrões em Angola que violam a lei e não suportam actividades sindicais.

"Lamentavelmente há patrões que contrariam o disposto na lei não permitem que os trabalhadores exerçam a liberdade sindical,não permitem que os Sindicatos criem as suas estruturas nas suas empresas nem admitem a existência de trabalhadores sindicalizados temos isto lamentavelmente", concluiu Manuel Viaje, responsável da UNTA Confederação Sindical.
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