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Angola: Empréstimo do FMI em perigo devido a disputa entre companhia americana e general Andrade


Os esforços de Angola para obter financiamento por parte do Fundo Monetário Internacional poderão ser destruídos devido a uma disputa envolvendo o general angolano António Andrade e a companhia americana Africa Growth Corporation, AFGC.

O jornal americano The Hil, que concentra as suas actividades na cobertura do Congresso americano, disse que a AFGC contratou uma companhia de lobby para levar congressistas e o FMI a bloquearem a ajuda a Angola.

“Estamos a falar com membros do Congresso e de comités que supervisionam assuntos relacionados com Angola, FMI e Banco Mundial”, disse ao jornal Lester Munson da companhia de lobby BGR Group.

Angola tem estado a negociar um empréstimo de 4,5 mil milhões de dólares junto do FMI para aliviar a sua crise financeira e Munson tornou claro que isso poderá ser usado para pressionar o governo angolano a tomar medidas para resolver o caso.

“Os Estados Unidos jogam um papel enorme no FMI e há um sentimento entre as muitas pessoas com quem temos estado a falar que Angola deve fazer o que é juto neste caso”, disse Munson.

Representantes da companhia de loby tem já realizado várias reuniões no Congresso em especial com membros do comité de finanças do Senado e do comité de Relações Externas do Senado. Esses encontros envolveram representantes de ambos os partidos políticos americanos.

Houve também um encontro com o presidente do subcomité para África da Câmara dos Representantes, Chris Smith.

“O sentimento é que acção (por parte do governo angolano) é absolutamente necessária para se restaurar a confiança”, disse uma fonte desse comité citada pelo The Hill.

Entidades do Departamento de Estados, do Departamento do Tesouro e do Departamento do Comércio foram também contactadas

O que aconteceu

A AFGC iniciou uma acção ão em tribunal contra o governo angolano e várias personalidades governamentais angolanas em Novembro do ano passado por burla e quebra de contracto.

A disputa envolve a compra pela companhia americana de várias propriedades em Angola, incluindo prédios de apartamentos que foram posteriormente alugados e que, segundo alega a empresa americana foram posteriormente transferidos ilegalmente para a procuradora Natasha Andrade Santos, filha do general

O caso implica o estudo de uma complicada rede de negócios que envolve uma companhia angolana, Illico, que pertence à companhia ADV, que controla a esmagadora maioria das acções na AGVP, proprietária de um dos edifícios em causa e que é gerida por seu turno pela Africa Growth Corporation.

A Illico tem direitos sobre um terreno onde foi construido um projecto de apartamentos.

O general Higino Carneiro teria autorizado a tansmissão desse terreno (que era propriedade do Estado) para a filha do general Andrade

O general António Francisco Andrade tornou-se subitamente director da Illico, através de uma séria de manobras que os investidores americanos dizem ser fraudulentas e, segundo dizem, envolvendo o consenso das autoridades judiciais angolanas.

A procuradoria-geral da República teria ignorado uma queixa apresentada pela AGVP sobre as acções ilegais que privaram a AGVP dos seus direitos.

O general Andrade disse posteriormente que “a família Andrade não tem e nunca teve negócios com a África Growth Corporation (AGC)” e teve conhecimento da alegada acção judicial por via das redes sociais.

Posteriormente em Dezembro O Comando Provincial da Policia Nacional em Luanda confirmou à VOA o despejo do general na reserva António Andrade de propriedades imobiliárias na ilha de Luanda.

O general, entretanto, voltou a reocupar uma das propriedades.

Outro problema para Angola

A posição do governo angolano poderá ficar ainda mais enfraquecida pois segundo o jornal The Hill uma outra companhia americana deverá em breve iniciar acções contra o governo angolano alegando ter fornecido milhões de dólares de energia a Angola e nunca foi paga.

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