As autoridades angolanas estão a ultimar preparativos para a transferência para prisão domiciliária dos activistas angolanos a serem julgados por conspiração para derrubarem o governo.
Representantes dos Serviços Prisionais e da polícia, em colaboração com o Ministério Público e magistrados judiciais tinham programado uma reunião para quarta feira para discutir como efectuar a ordem do tribunal constitucional.
O tribunal constitucional ordenou o fim da prisão preventiva dos activistas e a sua passagem a prisão domiciliária ao abrigo de uma lei que entra em vigor esta sexta-feira.
O julgamento entretanto prossegue. A audiência desta quarta-feira reservada única e simplesmente ao interrogatório do réu Benedito Jeremias.
O juiz Januário Domingos José perguntou ao réu Benedito Jeremias se o presidente da Republica José Eduardo dos Santos é um ditador.
“Para mim não é um ditador, é sim um maldoso porque semeia o ódio entre os angolanos, promove a exclusão social e descriminação, não dá de comer a quem pensa diferente, e prova disso é a minha presença em Tribunal”, disse Benedito Jeremias.
Em relação á pergunta feita a quase todos os réus, já interrogados, se Angola é um estado ditatorial, Jeremias respondeu “formalmente é um estado democrático mas na prática não se vê isso”.
Quinta feira espera-se que seja interrogado Nelson Dibango o último dos 17 réus acusados de crimes de rebelião e actos preparatórios.