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Índice de Liberdade 2021: Angola, Moçambique e Guiné-Bissau têm regimes autoritários


Polícia com gás lacrimogénio durante manifestação contra brutalidade policial, Luanda, Angola
Polícia com gás lacrimogénio durante manifestação contra brutalidade policial, Luanda, Angola

Cabo Verde, o terceiro no Índice, é considerado uma democracia imperfeita

A região sub-saariana da África tem apenas apenas uma “democracia plena”, as ilhas Maurícias, e seis consideradas “democracias imperfeitas”, enquanto os demais países têm “democracias híbridas” ou regimes “autoritários”, segundo o Índice de Democracia 2021 publicado, nesta quinta-feira (10), pelo The Economist Intelligence Unit (EIU).

Angola, Moçambique e Guiné-Bissau integram o grupo de regimes autoritários, enquanto Cabo Verde, o terceiro no Índice, é considerado uma democracia imperfeita.

São Tome e Príncipe não está citado no relatório.

A nota global da região desceu de uma já baixa pontuação de 4,16 em 2020, para 4,12, em 2021, prolongando o que os autores chamam de "recessão democrática".

Angola, considerado como tendo um regime autoritário, é um dos 16 países que pioraram a sua situação, ao classificar-se no 122.º lugar no índice global (entre 165 Estados e territórios) e em 26.º, na África sub-saariana (44 países), com a pontuação mais baixa desde 2015, 3,37 pontos em 10,

Moçambique, também um regime autoritário, ocupa o lugar 23 na região, com 3.51.

A Guiné-Bissau, que integra o mesmo grupo, é o pior lusófono, com 2.75 pontos, na 34ª posição, entre os 44 países.

Cabo Verde, o melhor colocado, obteve 7.65 pontos, atrás do Botswana, com 7.73, e Maurícias, com 8.08 pontos.

A nível global, o arquipélago é trigésimo, tendo à frente, entre os lusófonos, apenas Portugal (27).

Golpes de Estado

O relatório assinala que "os ganhos modestos" obtidos na primeira década após o início do Índice, em 2006, em que a região sub-saariana passou de 4,24 para um máximo de 4,38 em 2015, rapidamente se esfumaram e a pontuação tem descido desde essa altura.

O documento destaca o regresso de golpes de Estado no continente, e cita os casos de Mali, Guiné e Níger.

Os relatores consideram que os resultados de 2021 reflectem o “impacto negativo da pandemia na democracia e na liberdade em todo o mundo, pelo segundo ano consecutivo”, que resultou “numa diminuição sem precedentes das liberdades, tanto entre democracias desenvolvidas, como nos regimes autoritários”, principalmente “devido à imposição de confinamentos e restrições de viagens.

A Noruega lidera o Índice de Democracia com 9,75, seguida na Nova Zelândia, com 9,37 pontos; e Finlândia, com 9,27.

O Brasil piorou a sua pontuação, ao cair de de 6,92 pontos, em 2020, para 6,82, em 2021, ocupando o lugar 47 e sendo uma democracia imperfeita.

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