Rússia perde apoio público à guerra na Ucrânia, diz Ministério da Defesa Britânico

Soldados que foram recentemente mobilizados pela Rússia para a operação militar na Ucrânia apresentam-se numa cerimónia antes de embarcarem num comboio numa estação ferroviária em Tyumen, Rússia, 2 de Dezembro de 2022.

O Ministério da Defesa britânico diz que uma sondagem recente mostra que o apoio público russo à guerra na Ucrânia está a diminuir.

Na sua actualização da manhã de domingo, o ministério disse que um órgão de comunicação social russo independente reivindicou o acesso aos dados recolhidos pelo Serviço Federal de Protecção da Rússia, o que indica que 55% dos russos são favoráveis às conversações de paz com a Ucrânia, enquanto apenas 25% dizem apoiar a continuação da guerra.

Em Abril de 2022, reportou-se que cerca de 80% dos russos apoiavam a invasão da Ucrânia.

O ministério diz que, "com poucas probabilidades de a Rússia alcançar grandes sucessos no campo de batalha nos próximos meses, manter mesmo a aprovação tácita da guerra entre a população será provavelmente cada vez mais difícil para o Kremlin".

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que limitar o preço do petróleo russo a 60 dólares por barril não é suficientemente agressivo para espremer a economia russa que financia a sua invasão na Ucrânia.

O preço máximo foi acordado pela Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, Japão, Estados Unidos e União Europeia, mas o líder ucraniano apelou no sábado para um preço muito mais baixo.

"A lógica é óbvia", disse ele. "Se o limite de preço do petróleo russo for de 60 dólares em vez de, por exemplo, 30 dólares, de que a Polónia e os países bálticos falaram, então o orçamento russo receberá cerca de 100 mil milhões de dólares por ano".

"Este dinheiro", disse ele, "não irá apenas para a guerra e não apenas para o patrocínio de outros regimes e organizações terroristas por parte da Rússia". Este dinheiro será também utilizado para desestabilizar ainda mais precisamente aqueles países que estão agora a tentar evitar grandes decisões".

O ocidente acredita que uma redução tão significativa no preço poderia subcotar o custo da produção petrolífera russa.

"Pensamos que o número a 60 dólares por barril é apropriado" para equilibrar a limitação da capacidade de Moscovo para lucrar e assegurar que a oferta satisfaz a procura, disse John Kirby, coordenador do Conselho de Segurança Nacional dos EUA para comunicações estratégicas, na sexta-feira, acrescentando que o limite pode ser ajustado.

O limite proposto pela Secretária do Tesouro dos EUA Janet Yellen visa reduzir os ganhos petrolíferos da Rússia, que apoiam as suas forças armadas e a invasão da Ucrânia.

O limite de preço entra em vigor na segunda-feira, o que coincide com o embargo da União Europeia à maioria dos carregamentos de petróleo russo. É incerto como tudo isto irá afectar os mercados petrolíferos, que oscilam entre o receio da perda da oferta russa e o enfraquecimento da procura causado pelo atraso da economia global.

A Rússia poderia retaliar travando os carregamentos, e a Europa poderá ter dificuldades em substituir as importações de gasóleo russo.