Ministra angolana da Saúde confirma dois casos positivos do novo coronavírus

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Vista aérea do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, Luanda, Angola. Novembro 2018

A ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutucuta, revelou neste sábado, 21, que o país registou os primeiros dois casos do novo coronavirus.

Em conferência de imprensa, a governante acrescentou que são dois angolanos do sexo masculino, com idades entre os 36 e 38 anos, que entraram no país nos dias 17 e 18 de Março, provenientes de Portugal.

“O novo coronavírus já atingiu o nosso país, com dois casos positivos”, afirmou Lutucuta, que anunciou que todos os passageiros de países afetados irão para quarentena obrigatória.

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Há outros dois casos suspeitos, cujos exames estão em análises laboratoriais para ser anunciados oportunamente, segundo a ministra, quem garantiu que os resultados positivos foram confirmados na madrugada de sábado.

A revelação de Sílvia Lututuca surge menos de 24 horas após o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Luanda, Javier Aaramburu, ter desmentido informações da existência de casos positivos do Covid19 em Angola.

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“A informação sobre um primeiro caso da pandemia em Angola é totalmente falsa. A OMS é o organismo encarregue de monitorar internacionalmente e informar a situação dos países e também dos continentes em contexto global sobre o Covid-19”, garantiu na sexta-feira, 20, aquele responsável, em conferência de imprensa em Luanda.

A reação de Aaramburu acontece depois da morte, na quinta-feira, de um cidadão chinês que chegou recentemente da China e que esteve na origem da detenção de uma médica que, em áudio, revelou que o teste feito tinha sido positivo.

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O cidadão suspeito de estar infetado com o novo coronavírus morreu na quinta-feira,19, no Hospital Geral de Benguela (HGB).

Como a VOA revelou ontem, ele morreu uma semana depois de ter dado entrada no hospital, com sintomas semelhantes ao do novo coronavírus.

As suspeitas da doença, alimentadas por “dificuldades respiratórias e gripe", segundo médicos do HGB, foram desfeitas após os testes realizados em Luanda.

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O internamento do doente provocou tumulto em Benguela, levando o diretor do Gabinete Provincial de Saúde, António Manuel Cabinda, a garantir, no rescaldo de uma visita ao cidadão, ao lado do governador Rui Falcão, que Benguela “não tem casos de coronavírus”.

Na quarta-feira, a médica Manuela Adão, que revelou um áudio em que dizia que o teste foi positivo, foi detida e acusada do crime de violação de segredo professional.

Ela foi libertada sob termo de identidade e residência na quinta-feira, 19, após ter sido ouvida pelo Ministério Público.

Apesar de a ministra da Saúde ter dito hoje que há mais dois casos suspeitos, na quinta-feira, em Cabinda, Sílvia Lutucuta, tinha admitido a existência de sete casos.

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