Governo russo acusa Estados Unidos de ingerência em assuntos internos no caso Navalny

  • VOA Português

Polícia russa detém homem em Khabarovsk, em protesto contra prisão de Navalny, 24 janeiro 2021

Embaixada americana em Moscovo pediu libertação do líder da oposição

O Governo da Rússia acusou os Estados Unidos de "ingerência", em resposta ao comunicado divulgado na sexta-feira, 22, pela embaixada americana em Moscovo que exigiu a libertação do líder da oposição Alexei Navalny.

"Isso constitui um apoio directo à infração da lei da Federação Russa, apoiando acções não autorizadas", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em entrevista à televisão pública russa neste domingo, 24, quem acrescentou que a nota da representação diplomática americana "constitui, indirectamente, uma ingerência absoluta nos assuntos internos".

Na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros denunciou o “comportamento” da embaixada dos Estados Unidos e disse que seria convocada para uma "conversa séria".

A representação diplomática de Washington, agora sob as ordens da Administração Biden, criticou duramente "o recurso a métodos violentos contra os manifestantes e jornalistas".

No sábado, milhares de pessoas saíram às ruas em todo o país para pedir a libertação de Navalny, detido à chegada ao país no passado dia 15.

A polícia reprimiu os protestos e pelo menos 3.500 pessoas foram detidas.

Alexey Navalny, o principal opositor do Presidente Vladimir Putin, regressou ao país proveniente da Alemaha onde foi submetido a um tratamento depois de ter sido alvo de envenenamento que ele atribui às autoridades russas.

Ele deve deixar a prisão a 15 de fevereiro.