Ex-administrador de Benguela vai a julgamento

Carlos Guardado (de braços cruzados)

O Ministério Público revelou que está para breve o julgamento do antigo administrador municipal de Benguela, Carlos Guardado, um dos suspeitos no desvio de quase 900 milhões de kwanzas do maior mercado informal, reunidas as provas relativas a este processo-crime.

Guardado era também primeiro secretário municipal do MPLA e está em liberdade provisória após ter cumprido prisão preventiva.

Vai também a julgamento a ex-administradora do município da Baía Farta, Maria João, num outro processo de peculato e corrupção.

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O anúncio feito pelo sub-procurador-geral da República cessante, Herculano Chilanda, chega numa altura em que a Inspecção de Finanças tenciona alterar o modelo de gestão do mercado do 4, o epicentro do processo, exigindo à Administração Municipal um concurso público e pagamentos a privados por via de ordens de saque, conforme apurou a VOA.

Debaixo deste clima de tensão, com a empresa gestora, a Transmaia, e a Associação de Feirantes em rota de colisão, vai a julgamento Carlos Guardado, uma vez reunidos os elementos de prova, segundo o magistrado, agora no Tribunal da Relação.

‘’Aqueles processos estão avançados, até já estiveram em tribunal, mas, enquanto o juiz de turno analisava, prescreveram. Por isso há a liberdade provisória. Mas vão regressar em breve, estão aí as provas, todos os elementos, não se pode falar de prender para investigar’’, disse Chilanda.

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Actualmente com um novo sub-procurador-geral da República na província, Carlos Santos, Benguela tem trinta e três processos de corrupção em instrução.

Numa requisição endereçada ao governador de Benguela, Rui Falcão, devido a indícios de peculato, participação económica em negócio, branqueamento de capitais e outros crimes, a PGR avisa que está a ouvir vários membros do Governo.

Em declarações à Rádio Ecclésia de Benguela, o delegado provincial do Interior, refere que não há, para já, qualquer acusação formalizada.