Dirigente do MPLA na Huíla acusa criticos de serem racistas

  • VOA Português

Administração Municipal, Lubango

O primeiro secretário provincial do MPLA na Huíla atirou-se contra as vozes críticas a gestão da cidade do Lubango, numa altura em que o município debate-se com diversos problemas que vão desde o deficiente saneamento básico, degradação das estradas a falta de respostas a questões sociais básicas.

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Dirigente do MPLA na Huila acusa criticos de serem racistas - 2:47

João Marcelino Tchipingui, que falava no primeiro encontro da cúpula do partido após as eleições de Agosto, criticou as chamadas figuras emblemáticas da cidade que nada fazem para a imagem da cidade, mas se escudam nas redes sociais para criticar e mobilizar a sociedade contra os projectos governamentais.

“Neste aspecto é notório que algumas figuras emblemáticas que manipulam as redes sociais para os seus interesses e esquecem-se da limpeza da cidade tratamento dos jardins, aliás, nunca os vi nos trabalhos voluntários onde participo. Então onde estão os grandes defensores da imagem do Lubango? Que não se juntam ao simples citadino quando está a fazer limpeza da cidade, mas eles estão nos cafés ou nas praias a desfrutar dos bons momentos. O que me preocupa nisto tudo são os insultos e a carga de racismo que provém de figuras muito bem identificadas e universitárias e isto não é bom para um país como o nosso”, acusou o Tchipingui.

O dirigente do partido no poder disse estar aberto a críticas construtivas, mas dentro dos canais apropriados.

O desabafo do político surge depois das duras críticas de um grupo de cidadãos que se levantou contra a execução de um projecto de requalificação na piscina da Nossa Senhora do Monte, que considera contra os interesses dos munícipes.

Para o director executivo da Associação Construindo Comunidades, Domingos Fingo, as palavras de João Marcelino Tchipingui não têm razão de ser.

“Os cidadãos têm a legitimidade nos termos constitucionais de garantir as suas ideias para que a situação seja corrigida”, disse Fingo.

O padre Jonas Simão entende que as críticas dos cidadãos em torno do aludido projecto é o resultado de um conjunto de frustrações acumuladas face a inexistência dos vários serviços sociais básicos no município e devem ser avaliadas como um todo.

O também jornalista diz que por isso as críticas do primeiro secretário do MPLA são inoportunas e não conciliatórias.

“O governador provincial enquanto responsável máximo aqui da província deve incentivar o diálogo mas também fazendo perceber que ele está para apaziguar para tornar a sociedade coesa porque ele ficou de um lado e não ficou bem. Não sei porquê que um assunto tão grave como este preferiu falar nas vestes de primeiro secretário acho que ele devia ter falado como governador provincial”, concluiu Jonas Simão.