Carnaval angolano está na miséria

Roldão Ferreira da Associação Provincial do Carnaval

Grupos carnavalescos lutam com enormes dificuldades para sobreviverem

O nível artístico do Carnaval em Angola tem vindo a cair sendo agora caracterizado pela “miséria” de muitos grupos carnavalescos, disse Roldão Ferreira é investigador cultural e membro da Associação Provincial do Carnaval (Aprocal).

O carnaval continua a ser celebrado no país sendo considerado por alguns como a maior manifestação cultural de Angola.

. Em Luanda, no próximo 17 de Fevereiro acontece o desfile dos grupos carnavalescos e mais de uma dezena deles procurarão atingir o primeiro lugar da competição.

O Kabocomeu, Kiela, União Mundo da Ilha, Sagrada Esperança, têm marcado presença em quase todas edições da festa do carnaval, mas para que a presença seja garantida, os sacrifícios têm sido enormes.

Se no período de partido único eram apoiados pelo governo, hoje, depois de 1992, muitos dos grupos carnavalescos vivem ao “Deus dará”, atirados à sua sorte.

Tudo é difícil, desde o conseguir os trajes, os instrumentos de percussão, as alegorias, porque falta dinheiro.

Muitos dos grupos já desapareceram, outros vivem quase esfarrapados, apenas com a vontade de fazer parte da festa.

Roldão Ferreira é investigador cultural e membro da Associação Provincial do Carnaval (Aprocal), diz estar “triste com a realidade do carnaval, pela miséria de muitos grupos carnavalescos”, mas que por outro lado “ viver da esperança que o amanhã será melhor”.

O investigador cultural gostaria que a realização do carnaval angolano fosse assumida pela sociedade civil, os políticos que ficassem de fora.

O carnaval de Luanda, hoje é apenas festejado na Marginal da Praia do Bispo.

Nas ruas notasse a ausência dos grupos carnavalescos, eles ensaiam nas suas respectivas sedes e vão de autocarro à marginal no desfile central. Roldão Ferreira diz que “falta segurança nos bairros, porque a delinquência está em alta”.

“ A polícia deveria garantir a segurança dos grupos”, disse Roldão Ferreira que contudo manifestou-se esperançado que o carnaval ainda tem futuro em Angola.

“Desta forma, o carnaval do passado será resgatado”. disse