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"No Brasil as pessoas se fantasiam para ridicularizar o negro", diz escritora Djamila Ribeiro


O Carnaval é uma das festas populares mais conhecidas do mundo, lembrado sempre pela sua animação, seus desfiles coloridos, suas fantasias vibrantes e sua música e dança contagiantes.

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O Carnaval mais famoso é o do Brasil, particularmente o do Rio de Janeiro, embora seja uma festa que se comemora em todo o país, nomeadamente São Paulo e Salvador da Bahía.

As escolas de samba e os blocos de Carnaval são os grandes locais de festa para os brasileiros durante o feriado.

A tradição também está presente em outros países, nomeadamente africanos, como Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau

Durante o Carnaval, é comum encontrar nas ruas e festas das cidades pessoas vestidas de diversas formas, fantasiadas de diversos temas, como super-heróis, pessoas famosas e até mesmo homens vestidos de mulher.

Entretanto, por trás de toda essa festa, esconde-se um problema que nem sempre é percebido pelo público.

Entre as fantasias mais adoptadas por quem faz a festa, encontram-se, também pessoas de cor branca imitando pessoas de cor negra, com a pele pintada de preto e agindo de forma caricata.

Este é, para a escritora Djamila Ribeiro, o grande problema do Carnaval. Tal fantasia, segundo a autora, trata-se, na verdade, de um grande ato de racismo e de diminuição da cultura negra.

No texto “Mulher negra não é fantasia de carnaval”, Ribeiro afirma que tal fantasia remete ao chamado black face, prática comum no século XIX. Nessa época, homens brancos se pintavam de negros para realizarem shows, agindo de forma caricata e ofensiva, reforçando um estereótipo nem um pouco verdadeiro.

Segundo a autora, falta conscientização ao povo brasileiro quando ao assunto.

Pode-se perceber a frequência que isso acontece em números: em 2013, apenas no Carnaval de Salvador, foram registrados 402 casos de racismo.

O Carnaval de 2015 acontece entre os dias 13 e 17 de fevereiro. Para quem for participar da festa, para que este seja um evento de apenas alegria, vale a pena pensar antes de sair de casa, se a sua fantasia não pode acabar ofendendo alguém.

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