Oito Oficiais da Polícia Angolana Investigados

  • Alexandre Neto

Sergio Raimundo, Advogado de defesa do comandante da polícia de Luanda

Notícias sobre "Quim" Ribeiro são "distorcidas, exageradas e mesmo falsas" e pode ter como objectivo "atingir a reputação das pessoas e talvez influenciar decisões".

Luanda, 16 Dez, 2010 - Sergio Raimundo advogado do antigo comandante da policia da provincial de Luanda Joquim Ribeiro, insurgiu-se em conferencia de imprensa contra o modo como os meios de informação têm estado a lidar com o caso da sua demissão. O advogado afirmou ontem que as noticias na imprensa têm sido distorcidas, exageradas e mesmo falsas e que poderiam ter como objectivo atingir a reputação das pessoas e talvez influenciar decisões . Recorde – se que o nome de Joaquim Ribeiro tem sido ligado a um caso de desvio de fundos que haviam sido roubados do Banco Nacional de Angola . Dois agentes que investigavam o caso foram assassinados . Foi no meio destas investigações que Joaquim Ribeiro foi demitido. Agora sabe-se que vários agentes da polícia foram detidos. A defesa dos oficiais da polícia deplorou o modo como têm sido antecipadamente condenados os seus constituintes, por via da imprensa local. Sérgio Raimundo e José Manuel Ventura consideraram haver outras motivações com o objectivo de atingir a reputação das pessoas e talvez também influenciar decisões.

Por respeito do segredo de justiça, a defesa escusou-se avançar as razões que estariam por detrás das detenções, mas confirmou que os homens tinham sido constituídos arguidos e que a instrução processual decorria junto dos órgãos de justiça. São 8 oficiais no total, número que pode crescer.

Justificando as investigações em curso o Advogado sublinhou que o se está viver neste momento com a instauração do inquérito ou o processo disciplinar é perfeitamente normal. “Um processo crime” adiantou, é “aberto com um simples juízo de suspeita”. Não é necessário que haja certeza.

Com todas as etapas que um processo desta natureza encerra, culminando com a acusação antes de chegar a fase do julgamento em tribunal, o defensor pediu tratamento público mais profissional, referência aos títulos noticiosos de imprensa, alguns dos quais susceptíveis de criar danos morais nos próprios visados.

Entre outras suspeitas, o que é público é que o ex-Comandante da polícia é referido como tendo-se apropriado de valores, refugos dum outro extravio do BNA-banco central de Angola, que a polícia tinha recuperado algures numa quinta na Viana, 20 quilómetros sudoeste do centro de Luanda.
De acordo com os jornais, rondavam os 160 milhões de dólares americanos inicialmente. A cifra viria a decrescer nos títulos dos jornais a medida que o tempo foi passando, chegando mesmo a reduzir-se a 3 milhões.
Nada disso é informação verdadeira, disse o Advogado Sérgio Raimundo.
A VOA soube duma fonte que cita a Procuradoria Geral, constarem de 10 mil dólares americanos como valor eventualmente recuperado das buscas.
Joaquim Ribeiro, o então comandante foi exonerado na semana passada, depois de ter sido suspenso em Outubro.
Sobre os resultados oficiais dos inquéritos instaurados, prevalece o silêncio. Fala de segredo de justiça. Face a esta ausência de informação perguntei ao porta-voz do Comando Geral da polícia o Comissário Carmo Neto, se não era legítima a especulação da imprensa? O oficial recusouse a comentr o caso.
Sob a suspeita de que os processos instaurados resultam de lutas no ministério do interior em função de grupos constituídos, ou seja provenientes das extintas FAPLA, braço armado do MPL.
Ouça a reportagem de Alexandre Neto com declaraçoes dos advogados e da polícia.