ONU declara crise de fome na Somália

  • Paulo Oliveira

ONU declara crise de fome na Somália

ONU quer evitar que a crise se alastre a outras áreas da região

A ONU declara a existência de fome em duas regiões da Somália, devido aos índices muito elevados de subnutrição.

As Nações Unidas apelaram a acção imediata para evitar que a crise se alastre a outras áreas da região.

A ONU sustenta que secas consecutivas nos últimos anos na Somália criaram uma situação de fome em duas regiões do sul.

O Coordenador Humanitário da ONU para a Somália Mark Bowden classificou a situação como sendo desesperada.

“Praticamente metade da população total somali – ou seja, 3,7 milhões de pessoas, das quais 2,85 milhões residem no sul do país – encontram-se em situação de crise humanitária”.

Enquanto o mundo tem assistido á evolução da crise alimentar na Somália, esta foi a primeira vez que as Nações Unidas fizeram a declaração formal da existência de fome.

A situação de fome é definida pelas Nações Unidas com uma taxa de mortalidade de mais de duas em cada dez mil pessoas por dia, e um valor acima dos 30 por cento entre as crianças abaixo dos cinco anos de idade.

As duas regiões somalis declaradas agora em caso de fome são Bakool e Baixa Shabelle, tendo a agência dos refugiados da ONU indicado que vai tentar obter maiores garantias de segurança, de forma a conseguir fazer chegar maior volume de assistência alimentar para aquela zona do país.

Inquirido sobre se as Naçoes Unidas poderiam ter feito mais para evitar a crise Bowden disse à Voz da América que a organização não possuía recursos suficientes.

“Esperávamos evitar a fome, despendemos muitos dos nossos recursos na ajuda às comunidades que pensámos poderiam migrar, para obstar a migrações, um dos maiores factores de morte.”

As Nações Unidas fizeram um apelo urgente de 300 milhões de dólares nos próximos dois meses para enfrentar a crise.

Muito do dinheiro será usado para resolver as necessidades imediatas, através do fornecimento aos centros de alimentação existentes e na instalação de serviços médicos nas áreas afectadas.

Os fundos vão ser utilizados igualmente para ajuda da sustentação das economias locais com dinheiro para contratos de trabalho e outra assistência aos agricultores.