Governo de Malanje promete pagar salários em atraso aos professores

Manifestação de professores em Malanje

Docentes admitidos em 2008 e 2010 ainda não estão a trabalhar.

Os impasses ao enquadramento e na liquidação dos salários em atraso dos 425 docentes admitidos nos concursos públicos dos anos 2008 e 2010 serão ultrapassados em breve.

A garantia é do vice-governador de Malanje, António David Dias da Silva consciente das obrigações do executivo local para melhorar as condições sociais dos trabalhadores.

“Lamentavelmente até ao presente momento o processo não conheceu o desfecho que todos nós ambicionávamos, ou seja, nem todos os candidatos se encontram já a trabalhar e a contribuírem para o desenvolvimento socioeconómico da nossa província. O Governo Provincial de Malanje é o interessado na admissão desses candidatos, pois todos os dias, os senhores administradores municipais e o senhor director provincial da Educação nos fazem lembrar da carência de professores existente na província. Isso tem obrigado a este governo a não cruzar os braços e a dialogar regulamente com os ministérios das Finanças, Administração do Território e Educação para resolução urgente desse problema que nos aflige e constrange”.

O governante reconheceu que nesta região a situação dos trabalhadores ainda não é a mais desejável e adiantou, por outro lado, que são visíveis medidas que estão a contribuir na elevação do nível social e económico dos mesmos.

David Dias indicou os aumentos sistemáticos do salário mínimo nacional, o crédito agrícola e os programas nacionais de habitação que em Malanje continua no papel e de combate à pobreza.

O apoio à iniciativa privada vai gerar novos postos de trabalho, com base no reforço de acções conducentes a atracção do investimento privado, com o aproveitamento das políticas do executivo angolano e da adopção de estratégia regional.

O secretário-geral da União dos Sindicatos dos Trabalhadores de Malanje, António José, disse não entender o aumento do Produto Interno Bruto nacional e um salário desajustado para os funcionários públicos.

“O aumento da participação do sector não petrolífero na formação do aumento do Produto Interno Bruto (PIB) é de se encorajar, mas não podemos deixar de manifestar o nosso desacordo com o não reajuste dos salários e com o argumento que o sustenta. Hoje, se o país cresce em todos os sectores, segundo o discurso oficial não se justifica a alegada falta de produtividade para condicionar o reajuste dos salários depreciados pela inflação”.

O sindicalista na sua declaração referiu que as influências do emprego e dos baixos rendimentos têm estado na base da desestruturação das famílias, por isso a estabilidade no emprego e salários compatíveis são pressupostos para a protecção dos cidadãos e da sociedade.

Depois de várias décadas os trabalhadores de Malanje desfilaram com euforia, festa, cor e alegria, exibindo o potencial por ramo de actividades, incluindo os carros alegóricos desaparecidos do tempo do mono partidarismo em Angola.