Síria: Presidente Bashar al-Saad enfrenta o maior desafio do seu mandato

Síria: Presidente Bashar al-Saad enfrenta o maior desafio do seu mandato

Protestos a favor de reformas políticas obrigam o regime a cedências políticas

Na Síria, várias pessoas foram mortas hoje pelas forças de ordem quando tentavam dirigir-se a cidade de Deraa ao sul país e palco dos recentes protestos anti-governamentais.

O incidente ocorreu-se em Senamein uma localidade a 40 quilómetros de Deraa, mais ainda não foi confirmada por fontes independentes e nem hospitalares.

Hoje houve vários protestos em várias cidades sírias, incluindo em Damasco., contra o partido Baath no poder.

Trata-se dos maiores protestos populares que enfrenta o presidente Bashar al-Assad durante todo o seu mandato, e que o tem conduzido a fazer algumas concessões políticas.

Em Damasco, a capital, o governo está a tomar algumas medidas visando conter a revolta popular. Foram libertadas crianças que se encontravam detidas nas prisões e muitas das que foram mortas pelos militares foram condecoradas como mártires. Numa conferência de imprensa ontem, um conselheiro do presidente anunciou um pacote de reformas que inclui a abertura dos mídias, a permissão de partidos políticos, e a possibilidade da suspensão da lei de emergência em vigor desde 1963.

A televisão pública síria anunciou igualmente que o presidente Assad ordenou a libertação dos detidos em conexão com os últimos protestos no sul do país. Pelo menos 92 pessoas foram presas apenas na semana passada, de acordo com a Human Rights Watch.

Bashar al-Assad é um aliado do Irão e apoiante de grupos militantes que se opõem a Israel. A Síria é considerada também como um país de orgulho Árabe que desafia os países imperialistas do Ocidente, e que não recua perante as ameaças de Israel.

O país começou a ser dirigido por Hafez al-Assad o pai do actual presidente, depois de um golpe de Estado em 1971. Desde então foram suprimidas as liberdades políticas com a instalação do medo que persiste ate hoje.

Bashar al-Assad assumiu o poder no ano de 2000 após a morte do seu pai. Na altura tinha prometido expandir as liberdades cívicas que nunca realizou. O jovem presidente de 45 anos continua no entanto a granjear uma certa popularidade interna, e um membro da Liga dos Direitos Humanos da Síria afirma que a maioria dos Sírios ainda tem simpatias por ele e prefere que seja ele o agente da mudança política.