Coreias: 2011 abre nova perspectiva para a paz na Península

Coreias: 2011 abre nova perspectiva para a paz na Península

Presidente Lee Myung-bak avisa no entanto que não perdoará provocações de Pyongyang

Washington, 03 Jan - As Coreias do Norte e do Sul deram o início ao ano de 2011 expressando o desejo de dialogo mútuo com vista a atenuar as tensões políticas.

Contudo o presidente sul-coreano é categórico ao afirmar que qualquer provocação de Pyongyang contra o seu país, será alvo de retaliação.

O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak diz que o seu país precisa de reforçar a segurança em consequência das sucessivas acções de agressão de que foi alvo no ano passado, por parte da Coreia do Norte. Todavia no anúncio político a propósito do Ano Novo, Lee prometeu igualmente em ajudar a Coreia do Norte e sob certas condições.

O presidente Lee Myung-bak disse que a porta ainda está aberta para o diálogo inter-coreano. Adiantou ainda que Seoul vai oferecer ajuda económica se Pyongyang demonstrar seriedade no diálogo.

Mas Lee reiterou igualmente a determinação em retaliar quaisquer provocações norte-coreanas que ponham em causa a vida e bens dos sul-coreanos.

Entretanto no lado norte da fronteira comum, e na sua mensagem por ocasião do Ano Novo, o regime de Pyongyang apelou para conversações depois das tensões que marcaram o 2010.

Existem especulações segundo as quais conversações entre as seis nações envolvidas nas negociações do fim do programa nuclear da Coreia do Norte serão retomadas este ano.

O enviado especial norte-americano e chefe da delegação americana deve reunir-se com a parte sul-coreana já manhã. Stephen Bosworth deverá em seguida visitar Pequim e Tóquio.

A Coreia do Norte tinha anunciado em 2009 a sua relutância em retornar as conversações, tendo igualmente ordenado aos inspectores das Nações Unidas para que abandonem o país. Um mês mais tarde, Pyongyang realizava um segundo teste nuclear do ano.

Balbina Hwang uma antiga conselheira do Departamento do Estado sobre questões norte-coreanas, diz que a actual diplomacia está em melhores condições para conduzir a retoma das conversações.

“Estou surpresa em ouvir que vai haver de facto um encontro das seis nações. Isso não significa, a meu ver, que haverá muitos progressos com vista a desnuclearização. Penso sim, que será uma solução para desanuviar as tensões entre todas as partes, e sinceramente, isto tudo a baixo custo para a maioria dos países.”

O Jornal sul-coreano JoongAng escrevia hoje que os líderes americanos e chineses irão concordar em retomar as conversações durante uma cimeira conjunta a ter lugar este mês em Washington.

As tensões entre a Coreia do Norte e do Sul, atingiram o seu mais alto nível no ano passado. A Coreia do Norte foi acusada pelo afundamento de um navio de guerra sul-coreano em Março. Sete meses depois Pyongyang bombardeou uma ilha sul-coreana matando quatro pessoas.

As duas Coreias não têm relações diplomáticas. A paz na península tem sido observada graças ao acordo de armistício assinado em 1953 depois de uma devastadora guerra fratricida que durou três anos.