Cerca de três milhões de pessoas poderão passar fome no Zimbabwe, dizem as Nações Unidas.
Com o acentuado impacto do fenómeno climatérico El Nino, o número poderá ultrapassar quatro milhões .
O Coordenador das Nações Unidas no Zimbabwe, Bishow Parajuli, afirma que em resultado da falta de chuva, Matabelelandia e outras regiões secas tiveram uma fraca colheita.
“Recentemente visitei aquela região na companhia de alguns doadores e embaixadores. Vimos uma situação lastimável e severa”, diz Parajuli.
Há algumas semanas, as Nações Unidas pediram 360 milhões de dólares para apoiar mais de três milhões de pessoas. As prioridades incluem alimentação, água, saúde, nutrição, saneamento e protecção.
Parajuli diz que o seu escritório recebeu 70 milhões de dólares, faltando 290 milhões. Para ele, é importante que os doadores sejam generosos e respondam de imediato ao pedido.
Ele disse que “tendo em conta que o Zimbabwe é um país do interior e que toda a África Austral é afectada pelo El Nino, e não há reserva de milho, é crucial planificar antecipadamente a importação e cadeia de distribuição”.
Parajuli está particularmente preocupado com a chamada época magra, entre Setembro e Março. Nesse período, entre colheitas, as reservas dos agricultores apresentam níveis muito baixos.
As pessoas, continua Parajuli, serão gravemente afectadas pela escassez de alimentos, e muitos não irão contar com o seu gado, uma vez que centenas de cabeças não resistiram à seca.