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UNITA fala em "pseudo-sucessão" e acusa polícia e autoridades tradicionais de protagonizar actos hostis


Franco Narcolino Nhany
Franco Narcolino Nhany

Secretário-geral do partido diz que polícia contribuiu para tragédia no Uíge

A UNITA criticou em Luanda a “pseudo-sucessão” no MPLA e acusou a Polícia Nacional de ter contribuído para a tragédia no Uíge, que deixou 28 mortos, segundo fontes da VOA, durante o jogo de abertura do Girabola na passada sexta-feira.

O secretário-geral do principal partido da oposição acusou ainda a polícia eautoridades tradicionais de envolvimento, no interior, em actos de intolerância política contra militantes do partido.

O Presidente José Eduardo dos Santos “decidiu sair sem sair” ao anunciar o nome de João Lourenço como candidato às eleições gerais deste ano, disse Franco Marcolino Nhany numa conferência de imprensa nesta quarta-feira, 15, em Luanda.

“O senhor presidente do MPLA decidiu sair sem sair. Continua a dirigir o MPLA na sua lógica de que é o partido que inspira a acção do governo”, acusou Franco Marcolino Nhany, para quem a figura de João Lourenço, vice-presidente do MPLA, “foi imposta” pelo seu líder.

Nhany considerou que “a pseudo-sucessão” enquadra-se apenas na lista de candidatos a deputados do MPLA “e não na presidência do MPLA e muito menos na presidência da República, porque nas repúblicas não há sucessões, há eleições e as eleições em Angola serão em Agosto de 2017”.

Tragédia no Uíge

O secretário-geral do principal partido da oposição ainda acusou a Polícia Nacional de "ter contribuído" para os incidentes que na sexta-feira passada provocaram 28 mortos, segundo fontes da VOA, quando o portão principal do Estádio 4 de Janeiro, no Uíge, cedeu.

"Os relatos indiciam que a polícia terá contribuído, de alguma forma, para o pânico, ao utilizar gás lacrimogéneo para dispersar a multidão impaciente junto dos portões do estádio", denunciou Franco Marcolino Nhany

Depois de apresentar as suas condolências aos familiares das vítimas, Nhany disse esperar “que sejam apuradas, o mais rapidamente possível, as devidas responsabilidades e que sejam tornadas públicas".

O secretário-geral da UNITA também acusou a política de, juntamente com autoridades tradicionais, de protagonizar actos de intolerância contra os seus militantes.

Franco Marcolino Nhany falou em "operação combinada" e revelou que o caso mais recente aconteceu na segunda-feira, 13, no município de Camanongue, no Moxico, onde, segundo ele, o secretário local do MPLA mandou retirar os símbolos da UNITA na região.

"A Polícia Nacional e os sobas (autoridades tradicionais) foram chamados a envolverem-se na operação, sob pena de ficarem sem os seus subsídios, na sequência de uma reunião que o primeiro secretário municipal de Camanongue do MPLA manteve no local", acusouNhany, que relatou outra situaçãono município de Ekunha, no Huambo, quando, no passado dia 11, militantes do MPLA "atacaram militantes da UNITA durante um acto político".

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