Autoridades paquistanesas disseram este domingo, 7 de Março que homens armados emboscaram um veículo que transportava pessoal da marinha no distrito de Gwadar, no sudoeste, matando pelo menos um marinheiro e ferindo gravemente dois outros.
Os agressores alvejaram o veículo da marinha do Paquistão com armas automáticas na noite de sábado perto da cidade costeira de Jiwani, Zahoor Buledi, disse à VOA o ministro da província do Baluchistão, onde Gwadar está localizado.
O distrito abriga um porto de águas profundas construído e administrado por chineses, uma peça central do multibilionário Corredor Económico China-Paquistão.
Buledi condenou o incidente como um acto terrorista, dizendo que o pessoal da Força de Resposta Rápida da Marinha estava a bordo do veículo. O Exército de Libertação do Baluchistão, que os Estados Unidos declararam um grupo terrorista global, assumiu a responsabilidade pelo ataque. O grupo afirmou que o tiroteio matou quatro oficiais da Marinha e feriu outros dois, embora as alegações do grupo sejam frequentemente exageradas.
O ministro provincial culpou "inimigos do Estado" por estarem por trás do ataque, dizendo que foi realizado em resposta às actuais operações de segurança contra esconderijos terroristas no Baluchistão. Na sexta-feira, uma explosão de bomba numa estrada em outra parte da província do Paquistão matou cinco trabalhadores e feriu outros cinco homens, incluindo dois seguranças.
Não houve reivindicação de responsabilidade por esse ataque, embora as autoridades culpem o BLA e seus grupos separatistas aliados por tramarem tais ataques contra trabalhadores de outras etnias que vêm de outras partes do Paquistão para trabalhar na província rica em recursos naturais.
O BLA assumiu a responsabilidade por um ataque a um hotel cinco estrelas nas proximidades do porto de Gwadar, há dois anos, que matou cinco pessoas.
O corredor comercial do CPEC, a extensão de rápido crescimento da Iniciativa do Cinturão e da Estrada de Pequim, visa fornecer o acesso mais curto possível do sudoeste da China ao Mar da Arábia através do Paquistão.
A China gastou quase 30 biliões de dólares, principalmente em investimentos directos, instalação de fábricas de energia para a construção do porto de Gwadar e modernização e construção de redes rodoviárias no Paquistão, incluindo o subdesenvolvido Baluchistão.
As autoridades paquistanesas acusaram a rival Índia de apoiar e financiar militantes Baluch na sua tentativa de subverter o CPEC, acusações que Nova Delhi nega.