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Trabalhadores paralizam Porto de Lobito


Porto do Lobito, Benguela
Porto do Lobito, Benguela

Trabalhadores exigem salários em atrasos e barcos ficam sem serviço.

Pela segunda vez em menos de um mês, trabalhadores do Porto do Lobito, na província angolana de Benguela, suspenderam, nesta quinta-feira, 22, as suas actividades a ameaçam avançar para uma greve por tempo indeterminado.

Trabalhdores do porto de Lobito em greve - 1:46
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No mais recente protesto contra os quatro meses sem salários, exigiram a intervenção urgente do ministro dos Transportes, Augusto Tomás, devido ao que chamam de incapacidade do Conselho de Administração da empresa.

Hoje, enquanto dezenas de funcionários reivindicavam à porta da direcção, na conhecida zona da Restinga, um navio estrangeiro, em pleno cais, clamava pelos serviços da empresa.

Era o sinal de paralisação na área de produção, ainda que sem um caderno reivindicativo, documento a partir do qual poderá, formalmente, ser decretada greve.

Visivelmente revoltados, alguns trabalhadores disseram que o pagamento de pelo menos dois meses seria um alívio para quem vê degradar a situação social.

“As nossas crianças estão a passar mal, estão fora da escola por falta de propina. O Governo não olha para nós, o que foi que fizemos aqui no Porto do lobito?’’, questiona um trabalhador, que aventa uma suspensão das actividades a chegar aos quatro dias. ‘’Vamos depender do pagamento’’, vinca um dos trabalhadores.

Sem condições até para chegar ao local de serviço, vários portuários emitem sinais de fragilidade quando em missões de descarregamentos.

“São dificuldades muito sérias, havendo trabalhadores que nem sequer conseguem sair de casa. Em muitos casos, há colegas que desmaiam na transportação de mercadorias, tudo porque falta o mata-bicho. Aqui, no refeitório, a comida não chega, somos obrigados a lutar’’, acrescenta outro portuário.

Desta vez, o Conselho de Administração, liderado por Anapaz de Jesus, ausente do país, optou pelo silêncio, após ter justificado o problema salarial com a crise do momento.

À hora do envido desta notícia, a Comissão Sindical, acusada de seguir as imposições da direcção, encontrava-se reunida com o Sindicato Provincial dos Transportes.

Uma fonte bem posicionada revelou à VOA que o Conselho de Administração, com a tesouraria da empresa a zero, está a negociar com bancos um empréstimo para pagar aos seus mais de dois mil funcionários.

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