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Três pessoas mortas em ataque a bairro de Nangade, em nova ameaça a invasão à sede distrital


Mapa do distrito de Nangade, província de Cabo Delgado, Moçambique
Mapa do distrito de Nangade, província de Cabo Delgado, Moçambique

Um grupo armado invadiu em Chitunda, um bairro da sede distrital de Nangade e matou por decapitação três civis, todas deslocadas de guerra, antes do ataque ser repelido pela tropa regional da Africa Austral que ajuda Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, relataram à VOA nesta quinta-feira, 28, várias fontes locais.

O grupo de cerca de 10 homens todos encapuzados introduziu-se no bairro no início da manhã de terça-feira, 26, tendo igualmente queimado cerca de 30 casas e pilhado vários bens, incluindo produtos alimentares, numa invasão mais ousada a uma sede distrital.

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“Os insurgentes recuaram logo que a tropa foi combater” o grupo, disse à VOA Abdul Assane, um morador de Nangade, e acrescentou que a postura da tropa foi a que “impediu que os insurgentes entrassem na vila”.

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O bairro atacado acolhia muitos deslocados da Mocímboa da Praia, sendo que as três vítimas do ataque são oriundos daquele distrito, contou uma outra fonte, afiançando que vários abrigos foram igualmente queimados.

Uma outra fonte suspeita que os atacantes tenham saído da Tanzânia, e usaram a zona baixa para entrar na vila e pelos “dois dos insurgentes foram capturados” durante os combates.

“Estes insurgentes estavam perto da vila desde o dia 24 de Julho. Muitas pessoas sabiam que eles estavam perto, mas estávamos seguros porque a tropa da SADC está cá a nos proteger”, disse um morador de Nangade, fazendo notar que algumas pessoas fugiram da vila antes do ataque.

Mais ataques e mortes

Em Mocímboa da Praia, o grupo ligado ao Estado Islâmico, queimou dezenas de casas, propriedades e veículos na aldeia Mitope, onde igualmente mataram uma pessoa, que tinha acabado de regressar ao distrito, quase dois anos depois de ter fugido da insurgência.

No extremo mais a sul de Cabo Delgado, num outro ataque à aldeia Mehicane, no distrito de Ancuabe, os terroristas decapitaram cinco pessoas e destruíram igualmente numerosas palhotas precárias que abrigavam os moradores locais, contou outra fonte local.

Este ataque ocorreu a 17 de Julho, numa altura que mais tropas eram enviadas para pesquisar e ocupar a área Kathupa, entre os distritos de Macomia e Mocímboa da Praia, onde a força conjunta desativou a segunda maior base dos insurgentes este mês.

Entretanto, em comunicado, o Estado Islâmico anunciou esta semana a perda de insurgentes em Messalo, no distrito de Macomia, que refere na verdade a mesma região com a base invadida.

“Al Nabaa: anúncio do governo de oposição de perdas de insurgentes em Messalo (Macomia)”, lê-se no comunicado em árabe difundido nas redes sociais.

Jasmine Opperman, especialista em análise de dados de conflitos armados, escreve na sua página no Twitter que esta é “primeira resposta do IS-Moz sobre as baixas na luta”, se comparado com os sucessivos ganhos comunicados ao público, refere exibindo o comunicado.

Igualmente em comunicado emitido a 25 de Julho a missão regional da África Austral (SAMIN) lamentou a morte de um coronel membro da Força de Defesa de Lesoto, que morreu durante uma patrulha na vila de Chibau, no distrito de Nangade, a 22 de Julho. Outros sete elementos da força ficaram feridos na emboscada.

A insurreição, com inspiração radical islâmica, irrompeu em 2017, deixando pelo menos 4.000 segundo a ACLED e cerca de 870.000 desalojados. As táticas brutais dos insurgentes- incluindo decapitações, raptos em massa, e o incêndio de aldeias inteiras – continuam a abalar a região.

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