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"Todos os movimentos angolanos favoreciam o monopartidarismo", diz Jonuel Gonçalves


Em nova edição, historiador angolano revela que ito Alves tinha "um projecto muito autoritário"

Os três partidos que lutaram pela independência de Angola eram favoráveis a um sistema de partido único e essa foi uma das razões da guerra civil em Angola, disse o jornalista e historiador Jonuel Gonçalves.

Em conversa com a VOA a propósito do lançamento em Portugal da segunda ediçção em Portugal do seu livro “Franco Atiradores – Clandestinidade e Informalidade nos Combates Democráticos em Angola (Abril de 1958 – Abril de 2017)", Gonçalves recorda MPLA, UNITA e FNLA defendiam o sistema monopartidário “ou baseado no marxismo ou no sistema tradicional africano que nessa altura era dominante, pois 95 por cento dos países africanos tinham partido único”.

Na altura da independência surge a “Revolta Activa”, um grupo dentro do MPLA que “pretendia a democracia logo após a independência”.

Após a destruição desse movimento, “quem sobrou começou a fazer um trabalho clandestino duríssimo, tanto ou mais do que no período colonial”.

Essa actividade “acabou por criar uma corrente que acabou com o nome informal que lhe puseram de ´democratas Independentes´.

Jonuel Gonçalves afirma que o movimento de Nito Alves foi contra a abertura democrática.

“Os chamados fraccionistas dirigidos por Nito Alves foram os grandes partidários da prisão dos elementos da Revolta Activa”, recorda, afirmando que o próprio Nito Alves tinha feito um discurso em que “abertamente pedia a prisão dos elementos da Revolta Activa”.

O movimento de Nito Alves foi “vítima de uma grande repressão mas sem dúvida alguma tinham um projecto muito autoritário”.

Ouça toda a entrevista aqui, na rubrica Agenda Africana, da VOA:

Livro sobre a luta pela democracia em Angola - entrevista - 8:36
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