O Parlamento britânico derrotou o acordo do Brexit negociado pela primeira-ministra, Theresa May, por esmagadora maioria nesta terça-feira, 15, e abriu as portas a uma saída desordenada do Reino Unido da União Europeia (UE) ou até mesmo uma reversão da decisão tomada em 2016 de deixar o bloco.
Com 432 votos contra e 202 a favor do acordo, esta foi a pior derrota parlamentar de um Governo na história recente do Reino Unido.
Mais de 100 parlamentares do próprio Partido Conservador de May - tanto apoiantes do Brexit como defensores da permanência na UE - uniram forças para rejeitar o acordo.
Com a derrota, Theresa May enfrenta já na quarta-feira, 16, um moção de censura apresentada pelo líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, que pode resultar na perda de seu cargo.
Em Dezembro, May já havia sido alvo de moção semelhante apresentada por seu próprio partido, o Conservador, mas na ocasião ele venceu e manteve-se no cargo.
Cenários
A imprensa britânica diz, no entanto, que a primeira-ministra deve sobreviver ao teste e obter os votos necessários para continuar no poder.
Observadores não acreditam que os conservadores entreguem de mão beijada o poder aos trabalhistas, fazendo cair a sua líder.
Caso a moção de confiança seja aprovada, May pode renunciar ao cargo por iniciativa própria, mas o Partido Conservador pode insistir no seu nome, apresentando-a novamente como candidata para permanecer no posto de primeira-ministra.
O mais provável neste tipo de casos, no entanto, é que o partido apresente outro candidato para substituí-la.
Outros partidos também podem lançar os seus próprios candidatos ao cargo e os parlamentares têm um prazo de 14 dias para tomar uma decisão.
Se ao fim desses 14 dias nenhum nome for definido – ou seja, nenhum partido conseguir comprovar que tem capacidade para liderar o governo, nos termos da legislação – o Parlamento é dissolvido e são convocadas eleições gerais a partir de 25 dias úteis.