A tensão político-militar poderá afectar o crescimento da economia moçambicana este ano, advertiu nesta segunda-feira, 14, o Banco de Moçambique.
Em relação ao potencial de inflação de curto e médio prazo, o Comité de Política Monetária daquela instituição disse que reforçará a coordenação de políticas fiscal-monetária e sectoriais.
Além da tensão politico-militar, o Banco de Moçambique afirmou que a economia poderá ser afectada também pelos “prováveis impactos das intempéries naturais que assolam” o país.
A advertência é feita numa altura em que os empresários do país vivem receosos dos riscos humanos e financeiros impostos pela referida crise, em particular o tocante ao transporte de mercadorias.
No país, o transporte de mercadorias é em larga escala por via rodoviária, com realce para a ligação entre Maputo, a capital, e o resto do país.
Mas desde o início do ano, reina a insegurança.
Têm sido registados ataques por homens armados a viaturas de transporte de carga e passageiros, na principal estrada do país.
Perante o cenário, os transportadores estão condicionados a seguir em colunas controladas por militares.
A CTA (Confederação das Associações Económicas de Moçambique) diz que já sente o impacto disso.
“Aumenta o tempo e o custo de transporte e o risco de se perder o próprio (meio de) transporte,” explica Eduardo Sengo, director executivo-adjunto e porta-voz da CTA.
Por outro lado, disse o economista, a crise afecta a reputação internacional do país.
“Isso faz com que a imagem do país se deteriore junto dos investidores, é uma situação que cria problemas porque para nós o investimento externo é uma fonte de investimento para diversas actividades”, explica Sengo.
O porta-voz da CTA, que admite esperar uma rápida resolução da crise, acrescentou que o sector do turismo também é afectado, uma vez que as pessoas evitam deslocações por estrada para apreciar estâncias remotas no interior do país.