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Taxa de lixo em Luanda não é solução


Lixo na Sétima Avenida do Cazenga, Luanda
Lixo na Sétima Avenida do Cazenga, Luanda

Especialistas apontam a educação das pessoas como alternativa.

O jurista Pedro Caparacata aconselhou o governador de Luanda Higino Carneiro a abandonar a ideia de cobrar uma taxa para a recolha de lixo na capital sob pena de fracassar por considerar que o problema do lixo é antropológico.

Esta tese é corroborada pelo sociólogo e antropólogo Lukombo Zatuzola para quem tudo deve passar pela educação da população para saber lidar com lixo.

"O problema do lixo tem a ver com a vivência das pessoas que nunca foram educadas a viver em cidades, a sua transferência para as cidades foi automática há 40 anos e as consequências estão aí”, sustenta Pedro Caparacata, para quem o general Higino Carneiro está a perder o seu tempo.

“Ele vai sair de Luanda como os outros, o meu apelo ao governador é que continue a trabalhar com vigor, mas esqueça a taxa de lixo porque a situação é muito mais complexa do que se pensa'', continua o jurista em conversa com a VOA, lembrando que, de uma maneira geral, “o angolano tem como principal preocupação o dinheiro”, mas não leva em conta a educação.

Por seu lado, o sociólogo e antropólogo João Lukombo Zatuzola entende que mais do que fazer cobranças aos cidadãos que estão completamente descapitalizados é preciso educar as pessoas a tratarem e a lidarem com o lixo.

''A parte mais importante é a educação da população de forma a lidar com o lixo, e não é preciso ser-se especialista em economia para saber que os cidadãos estão muito mais pobres como se não bastasse a opulência conviver com a indigência”, situação que vai complicar ainda mais se tiver de pagar uma taxa de lixo.

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