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Sonangol não comenta decisão de tribunal holandês que culpa Isabel dos Santos pelo desvio de milhões de dólares


Edifício da sede da Sonangol em Luanda.
Edifício da sede da Sonangol em Luanda.

“Nós estamos comprometidos em fazer a empresa crescer, quanto a estes casos nós preferimos que seja a justiça a resolver”, disse o porta-voz da Sonangol, Dionísio Rocha.

A companhia petrolífera angolana Sonangol recusou-se a comentar a decisão de um tribunal holandês que considerou que a gestão danosa e a falsificação de documentos permitiram à empresária Isabel dos Santos desviar 52,6 milhões de euros da companhia.

Sistema judicial deve resolver questões envolvendo Isabel dos Santos, diz SONANGOL 1:58
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“Nós estamos comprometidos em fazer a empresa crescer, quanto a estes casos nós preferimos que seja a justiça a resolver”, disse o porta-voz da Sonangol, nesta quarta-feira, 21, em declarações à Voz da América.

Interrogado se considerava justa a decisão do tribunal, Dionísio Rocha repetiu que “nós preferimos que seja a justiça a resolver” o caso.

Isabel dos Santos já avisou que vai apelar da decisão.

A Voz da América tentou o contacto com Isabel dos Santos e o seu advogado em Luanda, Sérgio Raimundo, mas sem sucesso.

Entretanto, numa nota citada pela imprensa portuguesa, a empresária nega que tivesse havido falsificação de datas nos documentos como disse o tribunal e afirma que este baseou a sua decisão no facto da acta dessa assembleia geral não ter sido assinada no mesmo dia em que a ele ocorreu.

"Como é prática da gestão empresarial, comum e corrente em várias empresas, as actas são sempre redigidas após a realização das reuniões e as assinaturas das diferentes partes e pessoas envolvidas são recolhidas nos dias seguintes, constando na acta a data em que ocorreu a reunião", acrescenta Isabel dos Santos.

Imagem afectada

Analistas políticos em Luanda consideram a decisão de um golpe à reputação da empresária.

Para Agostinho Sicato, esta decisão "vai prejudicando a imagem dela, vai debilitando a imagem, mas não creio que isso seja suficiente para a encurralar”.

Sicato lembra que ela também tem uma equipa de advogados que "está a trabalhar nisso, também ouvimos recentemente que ela ganhou uma causa no tribunal de Luanda”.

A mesma opinião tem o analista político Rui Kandove, para quem “com esta condenação, a imagem pública de Isabel e do clã Dos Santos fica completamente arruinada porque a Isabel dos Santos era o expoente máximo da família”.

A decisão

A câmara de empresas do Tribunal de Apelação em Amsterdão concluiu que o dinheiro foi desviado da Sonangol através de companhias privadas holandesas para beneficiar Isabel dos Santos.

O tribunal validou assim uma investigação à companhia Esperaza Holding que tinha sido usada pela Sonangol para comprar acções na companhia portuguesa GALP.

O relatório concluiu que a venda em 2006 de 40% das acções da Esperaza para a Exem Energy, uma companhia do marido de Isabel dos Santos tinha sido levada a cabo através de corrupção e portanto devia ser anulada.

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