O Sindicato Nacional dos Professores de Angola (SINPROF) pode avançar para uma nova greve nacional de 24 de Abril a 5 de Maio, caso o Governo não reaja ao caderno reivindicativo.
O aviso é do presidente do sindicato Guilherme Silva em conversa com a VOA, na qual garante que a greve dos professores do ensino geral e não universitário em curso tem uma adesão superior a 90 por cento.
Silva que acusa o Governo de coagir os professores a não participarem na greve, revelou que no primeiro dia da paralisação, na quarta-feira, 5, quatro professores foram detidos, sendo dois no Kwanza Norte e dois em Luanda, mas foram logo libertos.
“A greve continua bem, estamos acima de 90 por cento apesar da coacção do Governo”, afirma Silva, acusando a “Federação dos Sindicatos de Professores da Educação de traição ao fazer o jogo do patrão, dizendo que a greve era anti-patriótica”.
O SINPROF “repudia veementemente esta acusação” nas palavras de Guilherme Silva, que denunciou a prisão de quatro colegas, entretanto, soltos.
Silva acusa também os órgãos públicos “a Rádio Naiconal de Angola e a Televisão Pública de Angola de defenderem o patrão, ao não fazer o contraditório”, mas assegura que a greve não é contra o Governo mas a favor dos professores.
Entretanto, o sindicalista reitera que os docentes continuarão a exigir que o Governo responda às suas reivindicações, tais como “a actualização de categorias, o reajuste de salários frente à perda do poder de compra e da inflação galopante acima dos 40 por cento, pagamento dos subsídios decretados há 21 anos e nunca pagos e a transição do regime probatório para o definitivo”.
Guilherme Silva garante que “o SINPROF está aberto ao diálogo com o Governo, mas se não quiser discutir, como esta é uma greve interpolada, voltará a ter uma nova de 24 de Abril a 5 de Maio”.
A greve dos professores termina na sexta-feira, 7.