Em ano eleitoral, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) reforça o apelo para a necessidade de um jornalismo credível, revelando que continua a receber queixas da oposição face ao espaço que a midiapública concede ao MPLA.
À espera de um tratamento igual, conforme impõe a Lei de Imprensa, o SJA teme que os profissionais da classe venham a ser apontados como culpados pelo desaire deste ou daquele partido.
O secretário-geral do sindicato lembra que a credibilidade coloca o profissional na condição de intermediário, apresentando à sociedade, sem comentários ou adjectivos, a mensagem transmitida por quem luta pelo poder.
Por ora, enquanto se arruma a casa para a ida às urnas, Teixeira Cândido diz ser um homem com razões para estar preocupado.
‘’É muito complicado porque, na verdade, o sindicato tem estado a receber queixas de partidos que se sentem mal tratados pela comunicação social pública. Isto na perspectiva de que não são tratados como o candidato do MPLA, que tem 15, 20 ou trinta minutos e cobertura em directo, ao contrário dos outros’’, sublinha o jornalista.
A pouco mais de quatro meses das eleições, o sindicalista acredita haver espaço para mudança de comportamento.
"É sagrado que os jornalistas, sejam de órgãos públicos ou privados, tenham em atenção a imparcialidade. Eu temo que, no final, os partidos se queixem desta situação. Espero, portanto, que mudem de comportamento, não se pode fazer ouvidos de mercador quando a sociedade vê que as coisas estão mal’’, assegura Teixeira Cândido.
Na sua 1ª Assembleia Anual, em Março, a Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) pediu, numa mensagem sobre as eleições, que os órgãos de comunicação social, sobretudo os estatais, deixassem de ser ‘’unilaterais e tendenciosos’’, abraçando o rigor e a isenção.