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Lavrov responsabiliza EUA e aliados pela situação na Ucrânia e Tete António pede fim da guerra


Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia e Tete António, ministro das Relações Exteriores de Angola em Luanda,
Sergei Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia e Tete António, ministro das Relações Exteriores de Angola em Luanda,

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia lembrou o apoio da antiga União Soviética e da Rússia ao MPLA durante a luta pela independência e contra a UNITA, na guerra civil, e destacou a posição equilibrada de Luanda nas Nações Unidas, no início do encontro, em Luanda, nesta quarta-feira, 25, com o seu homólogo angolano Tete António.

Na ocasião, Sergei Lavrov acusou os Estados Unidos e aliados de cultivarem o ódio e de transformaram a Ucrânia, em 2014, numa praça de armas.

Tete António disse que iria defender um cessar-fogo definitivo na Ucrânia.

Ele pediu à Rússia para “dar uma oportunidade para o resgate do estatuto e do prestígio do país, estabelecendo, como defendeu o Presidente angolano, um cessar-fogo definitivo que possa restabelecer um clima de paz mundial", no entanto, o chefe da diplomacia angolana disse que teria a “oportunidade de continuar a abordar essa questão, tendo em conta a sua experiência (de Lavrov) estaremos muito atentos a escutar a sua análise sobre este diferendo".

O ministro das Relações Exteriores de Angola sublinhou que o seu Governo defende “a via negocial e a procura de uma solução mutuamente aceite”, com respeito do direito internacional.

Sergei Lavrov, por seu lado, remontando aos tempos da guerra em Angola, afirmou que "o povo angolano sabe bem qual é o preço da independência, qual o preço do livre exercício dos direitos tradicionais dos direitos de cada angolano e, da mesma maneira, Angola participa (agora) activamente no esforço do estabelecimento da paz noutros países para segurança, paz e prosperidade nesses países".

Numa aparente ligação com a recente invasão à Ucrânia, o chefe da diplomacia russa remonta a 2014 para encontrar as causas, segundo Moscovo, do conflito actual.

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"O mesmo conflito baseado na vontade da população de defender os seus direitos deflagrou na Ucrânia depois do golpe inconstitucional, depois do golpe de Estado militar e sangrento chegaram ao poder os nazis, neonazis declarados inclusive que apelavam a matar os russos, os judeus, os polacos", afirmou Lavrov, numa referência à deposição do então Presidente eleito pró-russo Viktor Yanukovytch.

Ele apontou que o Ocidente não reagiu a essas declarações racistas e colonialistas e que “os EUA e seus aliados fizeram tudo para cultivar esse ódio e transformar a Ucrânia numa praça de armas tendo o objectivo de colocar lá bases militares e criar ameaça a toda a região".

O "objetivo declarado" dessa estratégia era "envolver e atrair a Ucrânia para a Nato", acrescentou Lavrov, quem disse ainda que Moscovo “tentou por vários meios acabar com esse conflito, mas apesar disso o regime de Kyiv optou pela deflagração deste conflito, proibindo a língua e cultura russas e convidando os que associam a ela a abandonar o país”.

Lavrov elogiou também a posição "equilibrada" de Angola nas Nações Unidas sobre decisões, "que dividem a comunidade internacional, nomeadamente as resoluções relativas ao conflito na Ucrânia".

O diplomata russo anunciou a realização em Julho de uma nova cimeira Rússia/África.

Depois do encontro com Tete António, o chefe da diplomacia russa será recebido pelo Presidente angolano João Lourenço.

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