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"Revus" pedem responsabilização criminal do antigo juiz-presidente do Tribunal Supremo de Angola


Em carta ao Conselho Superior da Magistratura apontam o combate à corrupção de João Lourenço
Em carta ao Conselho Superior da Magistratura apontam o combate à corrupção de João Lourenço

O autodenominado Movimento Revolucionário pede a responsabilização criminal do antigo juiz-presidente do Tribunal Supremo (TS) de Angola, Rui Ferreira, pelos actos praticados durante a sua gestão à frente da mais alta instância judicial do país.

Numa carta endereçada ao Conselho Superior da Magistratura Judicial, os "revus", como são popularmente conhecidos, solicita a abertura de um inquérito a Ferreira pelo seu envolvimento em negócios com grupos libaneses, considerados terroristas a nível internacional.

Na carta, que deu entrada no Conselho Superior da Magistratura no dia 3 de Dezembro, os "revus" entendem que pelos actos praticados por Rui Ferreira não podem ser esquecidos apeas com a demissão dele.

"Entendemos que o facto dele se ter demitido por si só não é bastante, o seu envolvimento em negócios com grupos de libaneses considerados pertencentes ao grupo Hezbollah e a transferência de empresas para a sua família são muito graves", explica o porta-voz dos "revus" Emiliano Catumbela.

O grupo entende que o facto de João Lourenço estar a liderar um combate à corrupao e impunidade é uma oportunidade para enquadrar também os actos praticados pelo antigo juiz-presidente do TS.

"Não vamos desistir até que Rui Ferreira seja responsabilizado criminalmente, uma vez que o assunto se afigura uma ofensa aos angolanos", concluiu Catumbela.

Rui Ferreira, que foi anteriormente presidente do Tribunal Constitucional, pediu a sua demissão do TS a 3 de Outubro na sequência do que ele considerou ser "uma campanha intensa e cruel de mentiras, deturpação de factos, intrigas, calúnias e insultos".

Na nota, em que anuncia que vai “gozar da liberdade reconquistada” e dar “mais atenção à família", Ferreira congratulou-se que agora pode dedicar-se à sua “Alma Mater, a Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto”, onde é professor associado e lecciona desde 1995.

A decisão do jurista surge depois de muita pressão e da denúncia de vários casos de corrupção contra Ferreira.

Outros activistas já tinham feito o mesmo pedido ao Conselho Superior de Magistratura.

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