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Reserva do Gilé na mira de caçadores furtivos


Bois-cavalos, Reserva do Gilé
Bois-cavalos, Reserva do Gilé

Apesar do potencial que tem, não há, até agora, nenhuma actividade ou empreendimento turístico na Reserva Nacional do Gilé.

Na Reserva do Gilé, reduziu substancialmente o corte ilegal de madeira, mas aumenta a caça furtiva e o garimpo ilegal.

A Reserva do Gilé, na província da Zambézia, que existe desde 1932, foi criada para protecção de variadas espécies de fauna, com destaque para o elefante e o rinoceronte.

Reserva do Gilé na mira de caçadores furtivos
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O elefante é o animal mais procurado pelos furtivos naquela área de conservação que vai introduzir, este ano, 50 bois-cavalos e igual número de zebras.

No ano passado, pelo menos 23 garimpeiros ilegais foram detidos. Mais difícil de capturar são os furtivos que fazem a caça dos animais, sobretudo do elefante, e que são oriundos, na sua maioria, da vizinha província de Nampula.

Situada no nordeste da Província da Zambézia, entre os distritos de Gilé e Pebane, a Reserva Nacional do Gilé ocupa uma área de cerca de cinco mil quilómetros quadrados.

É a única área de conservação do país que não tem população a residir, no seu interior.

Pobreza e pressão sobre os recursos

Mas, à volta, na periferia da zona de protecção total, habitam cerca de 125 mil pessoas. Pessoas pobres que exercem uma grande pressão sobre os recursos naturais e faunísticos existentes na Reserva.

E, para convencer essa população a proteger e preservar tais recursos, e não a fazer o contrário, José Dias Mohamade, Administrador da Reserva, diz que existem já há planos e medidas.

Por exemplo, com a ajuda de uma organização italiana, a COSV, iniciou, no ano passado, um programa de educação ambiental, que preconiza a troca de ratoeiras, que muitos usam para caçar animais, pela entrega de instrumentos agrícolas, como enxadas, catanas e ancinhos.

Há ainda um outro projecto no qual se pretende apostar forte: a apicultura.

Não há empreendimento turístico

Apesar do potencial que tem, não há, até agora, nenhuma actividade ou empreendimento turístico na Reserva Nacional do Gilé.

Mohamade afirma que se está a trabalhar para inverter esse cenário e garantir que haja dinheiro para que a área de conservação se torne auto-sustentável.

Elefantes da Reserva do Gilé, Moçambique
Elefantes da Reserva do Gilé, Moçambique

Estimativas indicam que existem, neste momento, 80 elefantes, mas, para ter certeza absoluta, a Reserva Nacional do Gile vai contratar uma empresa sul-africana que, através de um helicóptero, irá efectuar a contagem dos paquidermes.

Essa operação, programada para este ano, será financiada pelo IGF, Instituto de Gestão de Fauna, da França.

Para além do IGF, a Reserva Nacional do Gilé sobrevive graças a apoios de outros parceiros internacionais, incluindo o Banco Mundial e a União Europeia.

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