O registo eleitoral, com vista as eleições gerais de 2017 em Angola vai decorrer da segunda quinzena de Agosto do ano em curso até Março de 2017, anunciou a porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira.
Os partidos da oposição concordam com o registo anunciado, mas questionam o real papel da CNE no processo que afirmam estar a ser dirigido, na prática, pelo Executivo.
A deputada da UNITA Mihaela Weba considera que a forma como o processo eleitoral está a ser conduzido configura uma violação à Constituição e à lei.
“Não pode ser o Executivo, subordinado ao candidato José Eduardo dos Santos, a dirigir o processo”, declarou.
Para o vice-presidente da CASA-CE, Alexandre Sebastião André, “a lei é clara quanto a isso”.
Por seu turno, o chefe da bancada parlamentar do PRS, Bendito Daniel, chama a atenção para o facto de o registo eleitoral ser anunciado numa altura em que o Ministério da Justiça denota grandes debilidades na emissão dos Bilhetes de Identidade.
A CNE diz, entretanto, estarem reunidas as condições humanas e técnicas para iniciar o processo, com base na recente proposta do Ministério da Administração do Território, “apesar da situação económica e financeira que o país atravessa”.
A porta-voz do órgão, Júlia Ferreira, anunciou a promoção de uma ampla campanha de educação cívica aos eleitores e defendeu a necessidade de se ter em conta a aproximação das chuvas.