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Reação das Nações Unidas ao terrorismo na África


O presidente da Nigéria Goodluck Jonathan apelou aos membros da ONU para que intensifiquem o combate ao terrorismo no continente africano.
O presidente da Nigéria Goodluck Jonathan apelou aos membros da ONU para que intensifiquem o combate ao terrorismo no continente africano.

Líderes mundiais, reunidos na Assembleia Geral das Nações Unidas, têm clamado por uma resposta conjunta aos ataques terroristas ocorridos na África após a morte de pelo menos 67 pessoas em um ataque por militantes Somalis no Quénia.

O ataque ao shopping Westgate, de Nairobi, pôs mais uma vez o terrorismo africano no centro das atenções. O presidente americano Barack Obama afirmou estar trabalhando junto com líderes africanos para desmantelar redes terroristas. O presidente nigeriano Goodluck Jonathan disse que a luta deve ser unificada.

“Continuamos a afirmar que o terrorismo em qualquer parte do mundo afecta a todos nós. Logo, pedimos que os líderes globais se reúnam e lutem contra o terrorismo.”

A Nigéria está lutando contra o grupo terrorista Boko Haram. Acredita-se que alguns deles tenham treinado com a al-Shabab, organização afiliada da al-Qaeda que alegou autoria pelo ataque no Quénia. Na África, o terrorismo continua baseado em grande parte em dinâmicas locais, afirma o analista da África Jason Mosley.

“Esse não é um sinal de que a África tornou-se o novo campo de batalhas para o terrorismo internacional, mas sim que organizações internacionais como a al-Quaeda encontraram receptividade para a sua ideologia e metodologias entre os grupos militantes com interesses locais.”

Tropas do ocidente africano, auxiliadas por poderio aéreo francês, ajudaram a fazer recuar milícias afiliadas à al-Qaeda em Mali no início deste ano. Mas isso não pôs fim ao terrorismo em Sahel, diz o presidente senegalês Macky Sall.

“Os atiradores em Mali estão dispersos, mas a ameaça terrorista à Sahel não acabou. Somente através de uma acção contínua e conjunta nós poderemos atender aos crescentes desafios de segurança da África.”

O Secretário-geral da ONU Ban Ki-Moon afirmou serem muitos os desafios dessa natureza.

“Atos terroristas e o crime organizado transnacional, incluindo o tráfico de armas e drogas, ameaçam a estabilidade. Devemos estar atentos em especial à evolução e o apelo do radicalismo e da ideologia violenta entre os jovens da região.”

Eleições recentes em Mali podem ter criado a base para confrontar o terror. A eleição do presidente Ibrahim Boubacar Keita é um sinal encorajador em uma região perigosa, afirma o presidente de Burkina Faso Blaise Compaore.

“Sahel tornou-se um esconderijo para traficantes de drogas e terroristas cuja influência desestabilizante é uma ameaça real à segurança da região, mesmo que a força de estabilização internacional e as eleições em Mali tenham ajudado a restaurar parte da ordem.”

Mas com áreas de pouca influência do governo em Sahel, as eleições de um governo democrático em Mali podem ter desarmado a ameaça terrorista mas não a eliminou, fala Sarah Margon da organização Human Rights Watch:

“Se Mali progredir e restaurar a sua democracia de maneira genuína, Mali pode, de certa maneira, manter à distância os piores elementos. Mas há um número de países vizinhos que podem estar em uma situação mais arriscada à luz do fortalecimento de afiliadas da al-Quaeda na região.”

O alastramento da al-Shabab da Somália ao Quénia demonstra o quão móveis são essas ameaças. O Secretário de Gabinete queniano Joseph Ole Lenku afirma que seu país está a receber vasto auxílio internacional:

“…estamos a receber ajuda dos seguintes países: Estados Unidos, Israel, Grã-Bretanha, Alemanha, Canadá, além de agências como a Interpol. Terrorismo é um problema global, e agradecemos ao compartilhamento de inteligência internacional, visto que é consistente com a resolução desse problema."

O Secretário-geral da ONU Ban expressou confiança de que os responsáveis pelo ataque ao Quénia serão levados à justiça.
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