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Ramos-Horta aceita condicionalmente mediar a crise na Guiné-Bissau


O Presidente José Ramos-Horta quando votava nas presidenciais de Timor-Leste, a 17 de Março. As presidenciais da Guiné-Bissau, realizadas um dia depois, tiveram como resultado um golpe em vez de um Chefe de Estado.
O Presidente José Ramos-Horta quando votava nas presidenciais de Timor-Leste, a 17 de Março. As presidenciais da Guiné-Bissau, realizadas um dia depois, tiveram como resultado um golpe em vez de um Chefe de Estado.

Presidente timorense exige libertação de líderes políticos presos durante o golpe e enquadramentio da sua mediação pela CPLP

O presidente cessante de Timor-Leste, José Ramos Horta, revelou ter recebido e aceite um convite dos militares guineenses para mediar a crise em Bissau. Mas impôs uma condição: todos os líderes políticos presos durante o golpe têm que ser libertados.

Ramos-Horta revelou, em Dili, ter recebido um telefonema do Comando Militar na Guiné-Bissau a convidá-lo para mediar a crise no país.

"Fui contactado directamente pelas autoridades militares da Guiné-Bissau, o porta-voz da junta militar, se assim se pode chamar, manifestando da parte deles desejo que eu me desloque à Guiné-Bissau para facilitar o diálogo", afirmou José Ramos-Horta, prosseguindo que esta "disponível" desde que a sua missão seja apoiada pela CPLP.

Mas, sublinhou, há uma condição ainda mais importante que descreveu como 'sine qua non' para qualquer diálogo.

“Seja dirigida por mim ou outro mediador da CPLP, tem de haver a libertação do senhor primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e de todos os outros que estejam detidos", disse Ramos-Horta.

José Ramos-Horta quer também garantias de que os detidos não estão a sofrer quaisquer sevícias e actos de violência física ou psicológica, salientando que “não há a mais pequena razão para a sua detenção".

O presidente timorense afirma que “estes seriam os primeiros gestos indispensáveis” requeridos à junta militar para a "CPLP considerar alguma contribuição" para solucionar a crise.

Lembrou que este problema resulta de uma acção militar no meio de um processo eleitoral e fez um apelo pessoal aos seus amigos e aos militares na Guiné-Bissau, para que libertem os presos políticos.

Até ao momento, não há qualquer indicação de que os golpistas tencionam libertar os detidos como requereu Ramos-Horta. Os partidos da oposição, que estão a colaborar com o Comando Militar, fizeram declarações públicas condenatórias da CPLP, fazendo crer que será difícil cumprir a outra condição do presidente timorense: a de que a sua missão decorra no âmbito da CPLP.

Na sua conversa com os jornalistas Ramos-Horta não disse se os militares guineenses já tinham dado resposta às condições apresentadas. Não disse também se eles tinham pedido tempo para pensar e, em caso afirmativo, quanto tempo.

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